Brasil financia tecnologia para pessoas com deficiência
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O Brasil tem, segundo dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 45 milhões de habitantes com algum
tipo de deficiência, seja visual, auditiva, motora ou mental.
Mas a rotina desses brasileiros pode ser melhorada
com o uso da tecnologia assistiva (TA), como são chamados os equipamentos,
recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar as habilidades
funcionais da pessoa com deficiência.
Parte da tecnologia assistiva desenvolvida no Brasil
é resultado de pesquisas financiadas pelo Ministério da Ciência Tecnologia e
Inovação (MCTI) e órgãos e instituições parceiras. Dentro desse contexto, foram
catalogados mais de 1.500 produtos tecnológicos nos últimos anos.
Atualmente, o MCTI, o Ministério da Educação (MEC),
o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Finep
(Financiadora de Estudos e Projetos) e a Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República (SDH-PR) custeiam 71 grupos de pesquisa em Tecnologia
Assistiva.
Juntos, os dois primeiros editais para tecnologia
assistiva somam R$ 40 milhões, sendo que um deles distribuiu bolsas para
mestrandos e doutorandos em 45 instituições de pesquisa e ensino superior.
Agora, um terceiro edital, que será lançado até o
final de 2015, contará com aporte de R$ 25 milhões.
“Será priorizado na seleção quem tiver produtos em
desenvolvimento”, adianta Eron Bezerra, Secretário de Ciência e Tecnologia para
Inclusão Social (Secis/MCTI).
“Não se trata de um assunto marginal, que diz
respeito a uma camada minoritária da população”, reforça o secretário sobre a
importância do desenvolvimento em assistividade.
Tanto que, em julho, foi instituída a Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que visa a igualdade de condições e
direitos.
Laboratório
Na Universidade de Brasília (UnB) pode ser
encontrado um dos grupos contemplados por edital do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq-MCTI) para a consolidação de
Núcleos em Tecnologia Assistiva.
Coordenado pelo Professor Dr. Emerson Fachin
Martins, o Núcleo de Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Inovação (NTAAI) é
formado por estudantes de diferentes cursos que trabalham numa série de
projetos.
Na avaliação do professor, graduado em fisioterapia
e com mestrado e doutorado em neurociência, o Brasil tem grande potencial de
crescer em Tecnologia Assistiva.
“O que temos de melhor é a criatividade e a
determinação dos pesquisadores brasileiros”,afirma.
Entre os desafios, conta Emerson, está fazer a
manutenção das atividades.
“Temos que captar recursos e administrar a gestão
para garantir os trabalhos de pesquisa.”
Outra questão é fazer com que essa tecnologia saia
dos laboratórios das universidades e chegue às pessoas.
“Precisamos de mais parcerias com as indústrias, são
elas que transformam os projetos em produtos disponíveis no mercado”, comenta.
Uma das próximas iniciativas da Secretária de
Ciência e Tecnologia para Inclusão Social é um seminário, em Brasília, que será
realizado entre 23 e 26 de novembro, com local ainda não definido.
“Será uma oportunidade de os pesquisadores se
encontrarem e a sociedade conhecer os projetos e produtos que estão sendo
desenvolvidos pelos contemplados nos editais”, comenta Eron Bezerra.
Também até o final do ano, será realizada reunião do
Comitê Internacional de Tecnologia Assistiva, grupo comandado pela Secis e
integrado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e
pelos ministérios da Saúde, da Educação, da Fazenda, do Desenvolvimento, da
Indústria e Comércio Exterior e do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Fonte: Portal
Brasil
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