Uma luz para o autismo
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Em
2007, a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu o dia 2 de abril como a
data oficial para celebrar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. O
objetivo é derrubar preconceitos e impulsionar o compromisso político e a
cooperação internacional a favor de maiores investimentos nos
setores sociais, educacionais e laborais das pessoas com a síndrome.
Para
os especialistas, quanto mais cedo a criança diagnosticada com autismo começar
a receber estimulação adequada, maiores são as suas chances de desenvolvimento
e de ganho de autonomia e melhor qualidade de vida no futuro.
O
autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três
características fundamentais: inabilidade para interagir socialmente;
dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos
simbólicos; padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Ainda sem saber ao
certo o que causa o autismo, cientistas do mundo inteiro têm trabalhado em
conjunto na busca por respostas.
De
acordo com o Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab), “o número de pessoas
atingidas cresce cada vez mais. Em 1990, era um caso para cada 2,5 mil
crianças nascidas. Hoje, a estimativa é de uma criança para cada 88 nascidas
(números americanos)”, avalia o Moab.
Abraçando
a causa
O
ministro Mauro Campbell, que conhece essa realidade bem de perto - ele tem uma
sobrinha com autismo -, analisa que a sociedade brasileira não sabe como lidar
com os autistas.
A
importância do acompanhamento familiar no tratamento do autista também é
destacada pelo ministro. “É essencial que os pais e responsáveis possam estar
presentes no momento em que são ministradas as terapias de seus filhos
autistas. Nossa família é privilegiada por ter um autista e por ter condições
socialmente melhores. Quando levamos nosso ente a esses países (mais evoluídos
no trato com portadores deste transtorno), constatamos que até nas
igrejas há profissionais habilitados para cuidar dos autistas no momento de
missas e cultos, algo singelo para exemplificar, mas muito marcante a ensejar
que se imprima, também no Brasil, uma guinada no trato desse tema”.
Sobre
a Lei
12.764 (Lei Berenice Piana), que instituiu em 2012 a Política
Nacional dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, o ministro
Mauro Campbell admite ser um avanço na questão, mas pondera que a lei por si
nada muda. Somente quando ela se converte realmente em norma jurídica é que se
pode sentir seus efeitos. “Os mediadores que deveriam ser
disponibilizados nas escolas em que estudam autistas são coisa rara,
impondo aos pais o dever de contratá-los e reduzindo às famílias
economicamente melhor resolvidas o alcance desse item”, diz.
O
ministro alerta: “É importante chamarmos a atenção da sociedade para o fato de
que todos devem se engajar nessa luta pela inclusão social dos especiais,
tratando-os como pessoas especiais sim, porém nunca com o olhar de piedade ou algo
subalterno. Embora ainda carentes de estatísticas confiáveis, no Brasil ainda
temos de ver festejos de promulgação de leis, decretos e regulamentos que não
normatizam o cotidiano”, diz o ministro Campbell.
Unidos
pelo amor
Entidades
como a Associação dos
Amigos do Autista (AMA) trabalham para proporcionar ao autista
uma vida digna com trabalho, saúde, lazer e integração à sociedade, além
de oferecer à família da pessoa com autismo instrumentos para a convivência
no lar e em sociedade. A organização procura também promover e incentivar
pesquisas sobre o autismo, difundindo o conhecimento acumulado por meio de
artigos, cursos, palestras, entre outras iniciativas.
Campanha
mundial
Como
meio de mobilizar a sociedade, nesta data, prédios e monumentos pelo
mundo recebem iluminação azul, cor escolhida para o autismo, uma vez que é mais
comum em meninos do que em meninas.
Em
2015, a campanha Light It Up Blue convoca todas as autoridades
públicas a iluminarem de azul a sua cidade no dia 2 de abril, cobrindo as
iluminações com filtros ou lâmpadas azuis ou criando uma
imagem relacionada ao tema Acenda uma luz para o Autismo. No
ano passado, mais de 10 mil edifícios e monumentos de 136 países
foram iluminados de cor azul.
O
STJ, a partir desta terça (31), também estará de azul. A iluminação
fica o mês abril todo.
Faça
o bem você também: use azul
Vista-se
de azul ou coloque uma toalha dessa cor na sua janela. Você também pode fazer
um post no seu Twitter, Facebook ou enviar seus e-mails com
letra azul. Neste mês de abril, fale para uma pessoa a cada dia a razão deste
azul.
Pesquisa
recente e novo produto
Clique
aqui e acesse novo estudo sobre o diagnóstico do autismo publicado
recentemente pela revista Time.
Você
conhece o aplicativo destinado a crianças com autismo? O Look
at me foi lançado em dezembro do ano passado pela empresa
Samsung.
Para
ver de perto
O
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) realiza nesta semana uma série de
atividades para destacar a data.
A
programação inclui palestras educativas, visitas mediadas, desfile inclusivo,
entre outras ações. A entrada é franca!Clique
aqui e confira a programação completa.
Para
quem gosta de fotografia, fica em cartaz até o dia 13 de abril no ParkShopping
a exposição Anjos Azuis – Um olhar ao desconhecido, do
renomado fotógrafo Kazuo Okubo. A mostra traz retratos de crianças autistas do
Distrito Federal. Nesta terça (31), no mesmo local, às 19h30,
ocorre um bate-papo com mães e especialistas no assunto. A visitação também é
gratuita!
Significado
do laço colorido
O
quebra-cabeça representa o mistério e complexidade do autismo (não se sabe a
origem e não descobriram a cura; o que temos são inúmeras formas de tratamento).
As diferentes cores e formas representam a diversidade das pessoas e das
famílias convivendo com o transtorno.
Informação
do site Autismo em Foco.
Fonte: Intranet do STJ