Deficiente visual, atleta vai correr quatro ultramaratonas em 2015
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Vladmi dos Santos, 44 anos e deficiente visual, diz que a principal dificuldade é a distância da família no período de provas |
Fernanda, quatro anos, não entende muito o
que é correr uma prova de 250 quilômetros em extenuantes percursos. Mas sabe
que é difícil quando o pai, Vladmi dos Santos, 44, viaja para ficar dias longe
dela.
Com patrocínio da Tecon Rio Grande e quatro
corridas desse tipo na agenda de 2015, Vladmi diz que estar distante da família
nesses períodos é um dos preços mais caros que paga. Mas o ultramaratonista,
com deficiência visual desde os 34 anos por um problema de degeneração da
retina, não esquece daquilo que o gratifica intensamente:
— O pessoal diz que a minha presença inspira
muito os outros. O fato de eu ser cego e estar ali passando por obstáculos que,
para quem enxerga, já são difíceis… Só isso já me vale participar de uma
ultramaratona.
Vladmi corre as provas com um guia. Por muitos
anos foi Alex da Silva, descobriu uma taquicardia, e Vladmi não quis arriscar a
saúde do companheiro. Na última competição, no Saara, foi acompanhado de uma
inglesa (foto). O entrosamento não se dá de imediato, nesse caso, e pode levar
uns dois dias para corredor e novo guia entrarem em compasso.
Além de avisar sobre obstáculos, a dupla
também ajuda a perceber como estão os colegas de prova.
— É o guia quem me fala: “A uns 50 metros tem
um grupo com dor”. Quando me aproximo, já escuto um gemido ou choro e tentamos
apoiar — conta o corredor.
Por isso, as amizades que faz nas provas, diz
Vladmi, são um dos grandes legados da ultra.
— O perfil desse atleta é aquele que disputa
contra desafios próprios — revelou Vladmi, que hoje também vive de palestras
motivacionais.
Fonte: ZH Vida e Blog Turismo Adaptado
Fonte: ZH Vida e Blog Turismo Adaptado