Teleassistência chega ao país
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Com crescimento anual de 47%, empresa oferece serviço para idosos que moram sozinhos |
O
Brasil tem mais de 20 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, de acordo com o
IBGE, e a expectativa é que, em 2060, sejam 58,4 milhões de pessoas idosas,
mais de 25% da população do país. Já o número de idosos que moram sozinhos
triplicou nos últimos 20 anos, segundo o mesmo instituto. Ainda assim, poucas
empresas investem no mercado de assistência remota, ou teleassistência. “Uma
associação de teleassistência na Inglaterra reúne 300 empresas, enquanto no
Brasil ainda engatinhamos”, afirma José Carlos Vasconcelos, presidente da
Telehelp, empresa que se especializou em serviços remotos de cuidado para a
terceira idade. Atuando em 20 Estados e 213 cidades, a empresa teve aumento de
47% no faturamento no último ano e atende, atualmente, mais de 6.000 clientes.
Helena
Maria Andrade, 84, mora sozinha em Belo Horizonte e usa o serviço desde 2012.
“É uma tranquilidade para mim e para a minha família. Em casa, estou sempre com
o meu reloginho”, diz.
O
relógio ao qual ela se refere é um dos aparelhos da Telehelp, que tem um botão
de emergência para ser acionado caso a pessoa se sinta mal. Uma central de
atendimento 24 horas entra em contato com o cliente e com os familiares ou responsáveis
cadastrados. A pessoa também pode utilizar um colar com o botão de emergência,
ou um celular com o dispositivo.
O
serviço é oferecido por meio de assinatura mensal com valor entre R$ 100 e R$
300. “Nosso tíquete médio está em torno de R$ 120”, diz José Carlos.
Multinacionais
como a Huawei e a Fujitsu oferecem celulares desenvolvidos para o público mais
velho em outros países, mas, mesmo com escritórios no Brasil, ainda não
oferecem o produto por aqui. Procuradas, as empresas informaram que optaram por
trabalhar com um portfólio de produtos diferentes.
Sem
opção. Foi essa ausência que levou José Carlos Vasconcelos a trazer a
tecnologia para o Brasil. “A minha mãe teve uma queda em casa sozinha. Foi só
um susto, mas passei a procurar uma tecnologia de alarme e não encontrei. Assim
comecei a pesquisar fora do Brasil. Estamos distantes do resto do mundo”,
afirma. “O público idoso é desconhecido pelo empresariado nacional. O que quer,
como se comporta, ainda estamos descobrindo”, opina.
A
teleassistência visa, além de tranquilizar familiares, aumentar o tempo em que
um idoso consegue morar sozinho. “Nosso público é formado por pessoas que
querem manter sua independência, morando em suas casas e de preferência sem uma
pessoa morando com ela”, diz. Helena também acredita nisso. “Moro na mesma casa
há 61 anos, não tenho interesse em sair daqui”, diz.
Fonte:
site do Jornal O Tempo por Ludmila Pizzaro.
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