Protestos por direitos humanos movimentam o mundo pedindo inclusão e cidadania

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Manifestantes se concentraram no Largo da Batata, em São Paulo
Mais de 250 mil pessoas saíram às ruas nesta segunda-feira (17) pelo país para protestar contra o aumento das tarifas de transporte, a violência urbana, os custos da Copa do Mundo, a precariedade do serviço público, entre outras reivindicações. Manifestações aconteceram em 12 capitais e ao menos 16 cidades do interior.

O movimento passou a ter maiores proporções, tanto em seu significado como também na participação da sociedade, e nesta quinta-feira (20) reuniu mais de 1,25 milhão de pessoas em mais de 100 cidades brasileiras. A maioria foi pacífica. Mas, em algumas cidades, uma minoria radical causou vandalismo e protestos acabaram em confronto com a polícia.

Os protestos ocorridos no Brasil ecoaram nas comunidades brasileiras no exterior, registrando manifestações de apoio em várias cidades do mundo. Com humor e firmeza, os manifestantes avisaram que querem mudar o Brasil e faziam referência aos preços das passagens de ônibus. Brasileiros que vivem em Tóquio (Japão), Toronto e Montreal (Canadá), Washington e Miami (Estados Unidos), Londres (Reino Unido) e Lisboa (Portugal) saíram às ruas com cartazes em favor das reivindicações.

Analisando a questão principal pelo o qual estes protestos se iniciaram, que é o aumento da passagem dos ônibus urbanos, as pessoas com deficiência podem ter uma maior tranquilidade, pois na maioria das cidades brasileiras, são isentos do pagamento da tarifa. Cada cidade possui normas próprias para a concessão deste benefício. Em São Paulo, existe o Bilhete Único, que oferece gratuidade para ônibus, trem e metrô.

Nos ônibus, inclusive em outras partes do mundo, mesmo que legalmente seja necessário estar devidamente cadastrado e  órgãos públicos que controlam o transporte local, dificilmente a pessoa com deficiência é abordada para apresentar este documento. Em algumas situações onde a deficiência não é claramente visível, como no caso de cadeirantes, ocorrem algumas situações constrangedoras onde são questionados da legitimidade de sua deficiência.

Porém o maior problema é em relação à acessibilidade. Não adianta oferecer a gratuidade nas tarifas, se não existe transporte adequadamente acessível e em quantidade suficiente. A demora no embarque e desembarque, muitas vezes é causada por problemas em equipamentos devido à falta de manutenção e também pelo esquecimento por parte dos funcionários de como operá-lo. Algumas soluções tem melhorado essa questão, como os embarques através de plataformas nos pontos de embarque utilizadas em Curitiba, e os ônibus de piso baixo de São Paulo, onde o acesso é feito através de uma rampa basculante manuseada manualmente de forma simples.

Outro problema é a má distribuição dos ônibus acessíveis, de modo a atender de forma satisfatória a todas as regiões. Geralmente os centros das cidades e os bairros de classe mais elevada, são mais bem servidos, enquanto que a periferia acaba sendo desprivilegiada em mais esse ítem.

“Muitas vezes fico esperando mais de uma hora até um ônibus adaptado chegar. Nesse período, passam muitos ônibus que vão em direção ao destino desejado, porém sem acessibilidade”, comenta Ricardo Shimosakai, Diretor da Turismo Adaptado, que apesar de possuir um automóvel adaptado, também se utiliza de transporte público em diversas situações.

Outras pessoas ainda reclama de casos específicos, quando dois ou mais cadeirantes desejam pegar um mesmo veículo e são impedidas pelo motorista, devido somente possuir um espaço específico à cadeira de rodas. Outras que se utilizam de cadeiras motorizadas, reclamam que os espaços não são projetados a acomodar uma cadeira de medidas diferentes de uma cadeira manual.

Cegos também tem dificuldade na hora do embarque e desembarque, e muitas vezes dependem da boa vontade de outros cidadãos em auxiliá-los, além da recusa de certas empresas em relação à cegos que possuem cão-guia. Já foram criados equipamentos onde o cego consegue identificar o ônibus, porém esse sistema ainda está somente em fase experimental. Surdos também podem passar por dificuldade se desejarem mais informações com os funcionários.


Por essas e outras questões, o protesto das Pessoas com Deficiência tem sido constante, e passeatas acontecem em diversos locais do Brasil, principalmente no dia 3 de dezembro, quando é comemorado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Participar de movimentos como os que têm acontecido ultimamente é importante para fortalecer a democracia brasileira, porém em manifestações onde há grande aglomeração de pessoas, e ainda incidência de vandalismos e confusões generalizadas, pode ser perigoso para pessoas com deficiência, que por acabar ficando fragilizadas no momento onde seja necessidade de uma fuga.

Fonte: Blog Turismo Adaptado

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