Adaptações em mobiliários escolares
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Por:
Maria Alice Furrer
A
NBR 9050/2004 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos) aborda, dentre outros quesitos, especificações em relação à
acessibilidade em escolas.
Quando
tratamos de mobiliários escolares, temos também a NBR 14006/2003 (Móveis
escolares – Assentos e mesas para instituições educacionais – Classes e dimensões).
Para
tornar uma escola inclusiva e acessível a "todos" seus alunos, sua
circulação externa, interna, acessos, sinalização (visual, tátil, sonora),
dentre outros ítens, devem ser adequados seguindo as normas técnicas.
Hoje
vamos conferir dois exemplos, o de uma mesa e outro de uma cadeira, adaptados
para uma criança do ensino fundamental de uma escola particular. Este menino
tem 4 anos e diagnóstico de paralisia cerebral. Ele consegue andar, mas possui
alterações nas duas pernas e no braço direito.
Antes
da confecção destas adaptações, a Fisioterapeuta e a Terapeuta Ocupacional
responsáveis pelo seu tratamento visitaram a escola para fazer os ajustes
necessários nos mobiliários.
Dentro
da sala de aula, as crianças são divididas em mesas compartilhadas, onde são
acomodadas confortavelmente quatro crianças por mesa. As mesas comportam
tranquilamente uma criança cadeirante, tanto pela altura quanto pela área livre
inferior.
Especificamente
para esta criança, foi necessário fazer um recorte no tampo da mesa para o
encaixe do seu tronco. Com isso, sua postura ficou ajustada e o braço direito
bem posicionado, proporcionando mais funcionalidade aos seus movimentos.
A
foto acima ilustra claramente que a criança está bem estabilizada, com os
braços apoiados corretamente, permitindo a realização de suas atividades sem
empecilhos, como ler um livro, por exemplo.
Além
do ajuste no tampo da mesa, foram necessárias adequações na cadeira, para que o
conjunto destes dois mobiliários gerassem autonomia, segurança e conforto.
Para
que a cadeira tivesse uma altura ideal, foram confeccionadas almofadas para o
assento e para o encosto, fixadas na cadeira com velcro. Estas adaptações já serão
substituídas, pois a criança cresceu. Notem que o assento está um pouco
afastado da curvatura posterior do joelho, onde o ideal seria uma distância de
apenas dois dedos.
Após
o ajuste da altura, os pés da criança foram acomodados em uma caixa de madeira
encaixada aos pés da cadeira. Isso proporciona maior estabilidade à criança e
seu livre acesso à mesa.
Para
subir e descer da cadeira, a criança não necessita de auxilío. Porém, para
encaixar a cadeira no recorte da mesa, a professora ou o monitor precisa
ajudá-la.
Apesar
de estas adaptações não estarem especificadas na NBR 9050, foi necessário
utilizá-las neste caso. É claro que os parâmetros da norma técnica devem estar
presentes e serem respeitados, mas, neste exemplo, foram adicionadas
adapatações específicas de acordo com as necessidades da criança.
Fonte: Acessibilidade na prática
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