Acompanhantes Sexuais Diplomadas para Deficientes
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Eles são
enfermeiros, massagistas, terapeutas ou artistas. Têm entre 35 e 55 anos e
foram formados para responder às necessidades sexuais de pessoas sofrendo de
uma deficiência física. Uma tarefa delicada, sobretudo pelo facto de a
sexualidade de deficientes ser geralmente rejeitada pela sociedade e alvo de
fortes preconceitos.
Para
responder às necessidades dos novos pacientes, a Associação Sexualidade e
Deficiência Pluriels na Suíça francesa (SEHP) acaba de formar seu primeiro
grupo de assistentes sexuais diplomados. Em breve, os seis homens e quatro mulheres
irão acompanhar os vinte profissionais já activos na Suíça de expressão alemã,
quebrando dessa forma um tabu duplo: o da sexualidade e da deficiência física.
O projecto
começou em 2002, quando a organização de apoio Pro Infirmis elaborava um programa
educativo nesse sentido. Na época, a novidade havia tido tal impacto mediático,
que inúmeros doadores decidiram anular suas doações. A justificativa: muitos
qualificavam a assistência sexual para deficientes como uma "forma latente
de prostituição".
A
consequência para a Pro Infirmis foi a perda de 400 mil francos em poucos meses
e a decorrente decisão de interromper o projecto. Dois anos mais tarde, e
seguindo o impulso da sua presidente Aiha Zemp – ela própria deficiente – a
FABS decidiu retomar a ideia e inaugurou a primeira formação para assistentes
sexuais. Hoje em dia, cinco anos após o lançamento, o balanço feito por Aiha
Zemp é largamente positivo, mesmo se críticas ainda são ouvidas.
Rejeitado
nos países católicos, como a Itália, esse trabalho está longe de ser um
pioneirismo helvético. Outros países, como a Holanda, Alemanha e Dinamarca,
também têm serviços semelhantes. Já nos anos de 1980, eram formadas nos Estados
Unidos e no norte da Europa profissionais para apoiar deficientes nos seus desejos
sexuais. O trabalho chega mesmo a ser custeado pelos seguros de saúde em alguns
países escandinavos.
"Não
temos um catálogo de apresentação", explica Catherine Agthe Diserens,
presidente da SEHP. "Cada caso é único e deve ser avaliado separadamente para
melhor compreender o que as pessoas que nos procuram necessitam e como podemos
ajuda-las a se sentir melhor". Um diálogo que se constrói também através
da ajuda de educadores e da família, a partir do momento em que o grau de
deficiência o exige.
Da massagem
erótica às carícias, até o strip-tease ou masturbação: o leque proposto é
extenso e responde simplesmente às necessidades de uma intimidade geralmente
reprimida e mesmo estigmatizada. "Cada assistente oferece com empatia e
respeito um pouco de ternura contra uma remuneração que vai de 150 a 200
francos por hora", relata Catherine Agthe Diserens. "Por vezes, o
trabalho é simplesmente descobrir o prazer de reencontrar uma funcionalidade
perdida após um acidente, enquanto que, em outras circunstâncias, a relação
pode ir até uma relação oral ou a penetração."
"Solicitar
a ajuda de assistentes sexuais não é a solução para cada problema, mas isso
permite cobrir um vazio, cuja existência até então era negada", lembra
Aiha Zemp.
Ao
contrário da prostituição, o acompanhamento sexual de deficientes só pode ser
iniciado após um trabalho pontual de educação, orientado pelo respeito ao
outro, pela ética e a escuta. "Os assistentes sexuais devem ser pessoas
equilibradas, conscientes da sua própria sexualidade e não sentir desconforto
com a deficiência. Além disso, eles devem manter outro trabalho a tempo
parcial. Também é preciso informar os próximos da sua escolha
profissional", detalha Dieserens.
"É
uma experiência transtornadora. Colocamos tudo em questão: nossas ideias, nossa
relação com o corpo e outros", revelava Jacques, um assistente sexual que
acaba de receber seu diploma, durante uma entrevista à rádio.
Casado,
pais de três crianças, Jacques relata que sua esposa apoiou sua decisão com
naturalidade, sobretudo devido aos limites fixados por ele próprio desde o
início: "Me dedico ao corpo, à pele, aos órgãos dessas pessoas. Não posso
lhes negar massagens, carícias íntimas, mas não chego à penetração. O beijo – e
o resto – está reservado a uma só pessoa bem determinada na minha vida."
A formação
dura 18 dias, distribuídos por um ano, e acrescida de uma dezena de horas de
trabalho em casa. Os custos chegam a 4.200 francos, o que mostra a motivação
dos que escolhem o caminho.
Apesar do
reconhecimento de muitos, a formação continua sendo difícil de explicar à
família e até mesmo a si próprio. O fato de que, de um ponto de vista legal, o
trabalho de assistente sexual seja assimilado à prostituição e esteja
impregnado de uma conotação negativa não facilitam.
Mas para
Aiha Zemp, esses profissionais estão apenas levantando o véu de um universo
oculto, feito de desejos rejeitados e perturbações afetivas. Um mundo que deve
ser abordado com um olhar diferente, ao se tratar de deficientes físicos. Uma
diferença que tem um grande valor para aqueles que, como Jacques, conseguem
transpor a deficiência e os temores que muitas vezes ela inspira para começar a
escutar a necessidade íntima de ternura.
Fonte e
noticia completa: deficiente-forum
desculpe mais vc não falou dos deficientes intelectuais
ResponderExcluirNão fui eu que escreveu, é uma matéria do site Deficiente.
ExcluirPor um acaso vc precisa de ajuda, ou conhece alguém que precise? eu posso tentar ajudar.
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