Reino Unido cria primeiro teste de gravidez acessível para pessoas cegas

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 Pessoas cegas terão, pela primeira vez, a chance de serem as primeiras a saber se estão grávidas ou não

Teste de gravidez para as mulheres com deficiência visual

Foto das mãos de uma pessoa segurando o protótipo do teste táctil de gravidez, passando o dedo indicador na parte superior do produto, onde há bolinhas em relevo.

Foi lançado no Reino Unido um protótipo do primeiro teste táctil de gravidez, que funciona de forma parecida com os testes de farmácia, a partir da urina.

Em vez de “um risquinho” ou “dois risquinhos”, como funcionam os testes de farmácia, o teste táctil levanta “bolinhas” a partir do reagente químico, que indicará a presença ou não de hormônios da gravidez. Mesmo os testes eletrônicos mais modernos disponíveis no mercado não têm essa acessibilidade.

Um protótipo do teste foi divulgado pela principal ONG de deficientes visuais do Reino Unido, o Instituto Nacional Real de Pessoas Cegas Site externo (RNIB, na sigla em inglês).

A novidade representa um marco na autonomia e privacidade de pessoas cegas, ao permitir que elas tenham acesso a essa informação sem precisar confiar em outra pessoa para ler o teste. 

O órgão está ainda em fase de negociação com a empresa ClearBlue para começar a produzir e comercializar o produto.

O Reino Unido estima que sua população tenha 2 milhões de pessoas com deficiência visual. No Brasil, essa estimativa é de 6,5 milhões, segundo dados do IBGE de 2010.

Em entrevista ao site Sky News, Danielle Cleary, 36 anos, que é cega, disse que já precisou pedir para sua mãe, amigos e até uma vizinha que lessem para ela os resultados de testes de gravidez.

“É muito invasivo, é constrangedor ter que pedir a alguém para pegar um objeto no que eu acabei de urinar e pedir ‘você pode ler isso para mim?'”, relatou Danielle.

“Mesmo se eu estiver tentando engravidar ou tentando não engravidar, não quero que outras pessoas saibam da minha vida e façam julgamentos”, disse. “E a cada dez pessoas, nove vão dar alguma opinião que eu não pedi. Você não percebe o luxo que é ter autonomia até ela lhe ser tirada”.

O novo teste foi criado pelo designer independente Josh Wasserman, após uma pesquisa com mulheres cegas ou com visão parcial. O protótipo foi concebido como parte da campanha “design para todos”, do RNIB (sigla em inglês para o Real Instituto Nacional de Cegos). A campanha diz que ninguém deveria sacrificar sua privacidade por conta de um design mal concebido. 

“É importante que todos entendam como o design pode ser usado para conscientizar a população sobre uma questão e trazer mudanças positivas em uma indústria”, disse o criador do teste. “Indústrias, principalmente a de cuidados com a saúde, podem ter mudanças muito lentas. Não sei quanto tempo vai demorar até vermos esse produto nas prateleiras. Mas o importante é a conscientização”, diz Wasserman. 

De acordo com dados do órgão, metade das pessoas que vivem com alguma deficiência visual dependem de outros para ter acesso às suas informações pessoais, desde exames médicos a extratos bancários.

Danielle descreve o produto como “uma virada no jogo” para pessoas cegas. Ela espera que o protótipo inspire outras indústrias a se modernizarem nesse sentido.

“Quero que todos trabalhem junto à comunidade de deficientes visuais para nos ajudar a conseguir a privacidade que nos foi negada até hoje”, diz.

Fonte: Universa 


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