Dia Nacional do Teatro Acessível: direito de todos à cultura
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Além disso, a data ganhou um significado ainda mais importante depois de 19 de setembro de 2017. Neste ano passou a ser também o “Dia Nacional do Teatro Acessível”. A Lei 13.442/2017, sancionada pelo ex-presidente da República, Michel Temer, apoia atividades cênicas que ofereçam práticas de acessibilidade física e comunicativa para pessoas com deficiência. Muito legal, não é?
E sabe o que pode acrescentar um peso maior ainda para esta comemoração? Na segunda-feira, 21 de setembro é celebrado o “Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência”. Afinal de contas, todos e todas deveríamos participar com igualdade em todos os espaços e o teatro é um deles.
Teatro no Brasil
Os primeiros registros do teatro no Brasil foram no século XVI. Seu objetivo era disseminar todas as crenças que a igreja tinha na época. O teatro visto como entretenimento começou a ser considerado “comum”, depois da chegada da família real no país, em 1808.
Neste período o rei costumava contratar companhias de teatro de outros países para fazer as apresentações para a família real e demais membros da corte. No século XIX começaram a surgir os primeiros grupos teatrais nacionais, que tinham suas peças baseadas principalmente no gênero cômico e satírico.
Um tempo depois, o teatro sofreu fortemente com a repressão da ditadura militar. Com o fim deste período de regime militar, os artistas cênicos, assim como demais artistas e outros profissionais puderam retomar suas atividades sem serem censurados e sofrerem as crueldades deste período tão sombrio da história brasileira.
O Dia Nacional do Teatro além de celebrar essa atividade, também promove debates e reflexão sobre o quanto ainda precisa ser melhorado sobre este assunto. A acessibilidade no teatro e em qualquer outro local deveria ser um ponto obrigatório para atenção. As pessoas com deficiência precisam de ambientes em que possam desenvolver todas as suas habilidades e desfrutar de serviços e demais atividades com igualdade.
Teatros Inclusivos
Pedro Prata, coordenador da Escola de Gente, afirma que a organização não-governamental (ONG) atua em prol de direitos humanos, acessibilidade e inclusão. Para ele, a data é uma oportunidade de mostrar que é possível fazer teatro acessível e para cobrar mais iniciativas. "Uma data como essa, na verdade, é um passo inicial para mostrar para o Estado que já existe reconhecimento desse tipo de teatro, dessa forma de fazer cultura, para que possamos caminhar ainda mais", afirma.
O projeto foi criado a partir da campanha "Teatro Acessível — Arte, Prazer e Direitos", idealizada em 2011 pela escola. Desde 2003, porém, a instituição já se mobilizava para promover inclusão no teatro, por meio do grupo Os Inclusos e os Sisos — Teatro de Mobilização pela Diversidade, formado por iniciativa de um grupo de estudantes de artes cênicas que buscou a escola.
"A história, bem resumidamente, é essa: começou como um grupo de teatro, que virou uma campanha e está virando política pública", conta Prata. De acordo com a Escola de Gente, a expressão teatro acessível refere-se à participação de pessoas com deficiência ou com qualquer limitação, temporária ou permanente, em todas as funções das artes cênicas — como plateia, produtores, artistas etc.
Em Fortaleza, o grupo Olho Mágico é o primeiro composto por atores cegos ou com baixa visão. A iniciativa surgiu a partir de uma experiência que o médico, ator de teatro e mágico Marcos Queiroz na graduação em Teatro pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Responsável à época pelo espetáculo "Menos um, -1", que contou com dois atores cegos no elenco, Queiroz teve contato com o chamado Teatro dos Sentidos — que trabalha com pessoas com deficiência visual e pessoas sem deficiência vendadas.
Porém, o coordenador Pedro Prata vê avanços nos últimos anos, como a exigência, em editais, de recursos de acessibilidade para projetos patrocinados pela Lei Rouanet ou por algumas empresas. "Acho que a cultura está passando, neste momento, pelo que a educação passou alguns anos atrás, de se perceber como parte e como direito também de quem tem deficiência.
Fonte: CliccaMaqua e O Povo
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