Estudo revela que os currículos das PCD são discriminados pelas empresas
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Profissionais com
deficiência têm menos chance de serem selecionados para uma vaga de emprego,
mesmo quando têm a qualificação desejada pela empresa – é o que conclui um
estudo realizado pelas Universidades de Rutgers e de Syracuse, nos Estados
Unidos. No Brasil, a realidade não é muito diferente…
Um currículo bem
construído é um requisito básico para que o profissional com deficiência
conquiste a vaga que almeja. Através dele, a empresa identificará se o
candidato tem o perfil e as qualificações para a vaga, e também poderá
visualizar o CID – que, embora não seja obrigatório, serve para indicar ao
empregador o que será necessário providenciar na companhia para a integração do
novo colaborador.
Em nosso blog, temos um post
com 7 dicas para um currículo PcD campeão e
recentemente publicamos uma entrevista com Renata Casimiro, nossa diretora de
RH, em que ela comenta sobre a contratação de pessoas com deficiência e o
comportamento das empresas em relação a este assunto.
Para que o currículo da
PCD seja um espelho do seu perfil profissional, é necessário mantê-lo sempre
atualizado tanto no que diz respeito a dados pessoais (número de telefone e
e-mail) quanto às competências e qualificações do candidato – que devem ser
descritas de forma clara e objetiva. Mais importante do que isso, o
profissional com deficiência deve ter foco nas vagas que estejam dentro do seu
perfil e área de atuação; dessa forma, é mais fácil chamar a atenção do
recrutador.
Contudo, sabemos que,
devido à falta de informação por parte de gestores e recrutadores, nem todas as
vagas ofertadas para pessoas com deficiência têm real igualdade com o grau de
formação das pessoas que podem preenchê-la.
“Profissionais com
deficiência têm menos chance de serem selecionados para uma vaga mesmo quando
têm a qualificação desejada pela empresa”
Em 2015, professores das
Universidades de Rutgers e de Syracuse, nos Estados Unidos, fizeram um estudo
para analisar as chances de um profissional com deficiência ser selecionado
para uma vaga de emprego, disputando o cargo com pessoas sem deficiência que
têm as mesmas qualificações desejadas pela empresa.
O estudo, que foi
orientado pela professora Lisa Schur, enviou currículos fictícios para mais de 6
mil vagas abertas na área de contabilidade. Todos os currículos possuíam a
experiência profissional necessária para a vaga e estavam acompanhados de uma
carta de apresentação dos candidatos: um terço delas não mencionava nenhuma
deficiência, um terço dizia que o profissional tinha uma lesão na coluna
vertebral e o restante citava a Síndrome de Asperger.
Foram escolhidas essas
duas deficiências porque elas não comprometem as habilidades necessárias para
o trabalho de
contador, mas apesar disso (e mesmo com os níveis de experiência descritos por
ambos os profissionais serem iguais) os currículos que mencionavam alguma
deficiência receberam 26% menos interesse dos recrutadores do que os outros.
Com isso, o estudo pôde
concluir que existe sim um percentual de discriminação do currículo de um
candidato com deficiência apenas pelo fato dele apresentar alguma limitação –
que, na maioria das vezes, não atrapalha em nada sua rotina de trabalho. Nos
Estados Unidos, especificamente, não existe uma legislação de cotas igual no
Brasil, por isso as PCDs são mais instruídas a buscar a qualificação necessária
através de ensino superior, por exemplo, mas, conforme apontam os resultados do
estudo, isso não é suficiente.
No Brasil, entretanto,
apesar da existência da Lei de Cotas (que obriga empresas com mais de 100
funcionários a reservar de 2% a 5% de suas vagas para profissionais com
deficiência), as qualificações do profissional e o seu currículo são colocados
em segundo plano pela empresa contratante. Isso porque o foco da contratação
passou a ser o mero cumprimento da lei, e não a abertura de uma vaga que
ofereça, de fato, atividades e benefícios de acordo com o perfil do
profissional que se candidata a ela.
Um levantamento de 2016,
realizado pela i.Social em parceria com a Catho, entrevistou cerca de
1.500 profissionais
de recursos humanos e concluiu que a grande maioria (80%) considera
que o cumprimento da lei é o principal fator para contratar pessoas com
deficiência. Ter o perfil adequado para a vaga foi citado por apenas 9% dos
entrevistados.
Pelo desespero em
cumprir a Lei de Cotas e não serem multadas pela fiscalização, as empresas
abrem processos seletivos e escolhem candidatos pela sua deficiência
(geralmente as “mais leves”, como você pode conferir neste artigo), quando a verdade é que, se elas se
voltassem para a inclusão considerando o perfil e a qualificação do candidato,
as companhias teriam resultados muito maiores.
É necessário ter uma
mudança de pensamentos para que a empresa contratante enxergue as pessoas com
deficiência com verdadeiro potencial. Assim, a empresa deixa de “desperdiçar a
cota” e estará completando seu time com um profissional igual a todos, mas com
o conhecimento necessário para fazer seu trabalho com total qualidade.
A i.Social é uma
consultoria com foco na inclusão social e
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| (11) 3891-2511
Fonte: iSocial
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