Pessoas com Deficiência tem Direitos Sexuais Assegurados
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Segundo
o Censo de 2010, o Brasil tinha, na data, em torno de 45 milhões de pessoas com
algum tipo de deficiência. O número representava, na época, quase um quarto do
total de brasileiros.
DIREITOS SEXUAIS DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA
A psicóloga e docente da Universidade Feevale,
Lisiane Machado de Oliveira Menegotto, explica que a pessoa com deficiência
física enfrenta muitos obstáculos para o exercício da sua sexualidade,
sendo o maior deles o preconceito social. Essa dificuldade de
aceitação dos outros se baseia na ideia de que a limitação do corpo impediria o
prazer sexual.
“Nessa perspectiva, a limitação imposta pela
deficiência gera nas pessoas uma ideia de que a sexualidade deve ser barrada”,
complementa. A psicóloga ainda diz que as concepções distorcidas sobre o desejo
sexual e prazer permeiam o imaginário social, como se os portadores não
desenvolvessem o desejo sexual ou
estivessem proibidos de exercê-lo.
Lisiane crê que as maiores dificuldades enfrentadas
pelas pessoas com deficiências sejam de ordem social. “O corpo impõe
limitações, mas elas não são impedimentos” ressalta. Mas a especialista
ressalta que a sexualidade como um todo é uma questão estigmatizada,
um tabu, na sociedade.
“Quebrar os paradigmas no âmbito sexual é a única
maneira de obter avanços nesse sentido”, explica.
SEXUALIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS MENTAIS
No caso dos portadores de deficiência mental, a
questão é ainda mais delicada. “Quando se trata de sexualidade no contexto da
deficiência mental, os tabus sociais tornam-se ainda mais expressivos”,
informa a psicóloga.
Adultos responsáveis e que convivem com portadores
de deficiência
mental tendem a exercer a inibição da sexualidade.
Quem se encontra nessa situação pode permanecer a vida toda aprisionada numa
eterna infância, não sendo dona de seu próprio corpo.
Lisiane explica que isso acontece pois há a
suposição de que a pessoa com deficiência não seria capaz de se ocupar e se
apropriar do próprio corpo e das sensações que ele pode sentir. A profissional
ainda comenta quehá muitos temores em relação a sexualidade de
pessoas com necessidades especiais.
“Já ouvi mencionarem que elas são desprovidas de
sexualidade e também já escutei que elas teriam essa necessidade fisiológica
mais aguçada”, diz a psicóloga. Ela aponta que tais distorções estão no imaginário
social e impregnam preconceitos.
O desconhecimento da causa leva ao distanciamento
das pessoas com deficiências mentais do contexto da sexualidade. “Assim, não
raro, a iniciação sexual de um jovem fica impedida, de modo que não há abertura
para experimentação pelo excesso de tutela da família”,
finaliza a especialista.
Fontes: Redação Doutíssima - cantinhodoscadeirantes.com.br
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