Como diagnosticar que uma criança tem autismo?
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Temos
mais um post da série sobre autismo. Dessa vez o médico psiquiatra Francisco
Hennemann, especializado em atendimento com crianças e adolescentes esclareceu
algumas dúvidas sobre o autismo. Ele trabalha na APAE de Caçapava e atua no
GACC em São José do Campos.
Desde
o começo, do desenvolvimento infantil, os pais podem perceber alguns sinais de
que seu filho seja autista. O médico identifica indícios e características
típicas de autismo: a criança não falar, ou ter uma fala aquém da sua idade,
nem usar outras formas alternativas para se comunicar; problemas para se
relacionar com familiares ou colegas de escola, e pela forma que se relaciona
com os brinquedos, ela se concentra em particularidades do objeto.
Na
etapa de pré-diagnóstico é importante que os educadores também estejam atentos
a essas características, informando os pais e indiquem um neuropediatra ou
pediatra especializado no atendimento de crianças e adolescentes. “Enquanto
psiquiatra, procuro investigar a causa do atraso de fala. Ou avaliar o quanto sua
fala é rebuscada e está além da idade daquela criança. Como também se a criança
se relaciona bem com seus coleguinhas da mesma idade e com seus familiares. Se
ela brinca coletivamente, se olha nos olhos e se interessa pelos brinquedos de
forma adequada a sua idade”, cita Hennemann.
Francisco
situou a classificação de Transtorno do Espectro Autista (TEA) na
atualidade. De acordo com manual que agrupa doenças mentais e síndromes, o
Autismo, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Rett e o Transtorno Desintegrativo
da Infância passaram a fazer parte do grupo de TEA. “Pois, acredita-se que, com
as infinitas variações no surgimento das características de cada doença, todas
façam parte de uma continuidade. Ou seja, façam parte de um espectro, onde
algumas características se destaquem mais enquanto outras, menos”, concluiu.
Uma
das síndromes que faz parte desse espectro é o Asperger, já tratamos dela em outro post na
história do personagem Max, da animação Mary and Max. Geralmente,
perceber que uma criança tem Asperger é mais difícil, na maior parte dos
casos o diagnóstico acontece na adolescência quando se percebe que a pessoa se
interessa por determinadas coisas (restritas), não tem atraso de fala, se
desenvolveram acima da média e considerados tímidos, são desajeitados
socialmente.
Diferenças entre Asperger e o Autismo
Para o psiquiatra, uma das diferenças entre outras síndromes e o Asperger, “no segundo caso não há atraso de fala, eles se
comunicam de forma até mais “adultizada”. Podem se tornar
profissionais excelentes, mas com comprometimento social-pessoal. Caso não
tenham QI adequado, seus interesses específicos podem não os levar a profissão
alguma”, diferenciou.
No
caso as meninas com Asperger tem mais dificuldade de descobrir, por serem muito quietas, fazem contato com muito poucas
pessoas e geralmente são confundidas como tímidas ou “geniosas”. Como
elas não têm muito comprometimento cognitivo, vão se desenvolvendo acadêmica, mas não socialmente.
O Autista clássico, atrasa e as vezes não
desenvolve a fala, se isola, e quando se interessa por objetos ou
brinquedos os usa de maneira estranha, não usual. Ele deixou claro que em ambos
os casos podem seguir rituais obsessivos e se tornarem agressivos. Dessa forma,
é importante que exista uma equipe multidisciplinar par acompanhar a pessoa e
sua família.
Do diagnóstico a equipe multidisciplinar
Suscintamente, o Asperger não tem atraso de fala, porém, fala de forma até mais adultizada,
de forma que seus colegas zombam ou se afastam dele, o que piora a sua
socialização; não consegue fazer amigos, ou os escolhem com muitas reservas;
parecem tímidos e gostam de assuntos específicos, muitas vezes estranhos.
Depois da “suspeita”, as crianças devem ser encaminhadas para
psiquiatra infantil, neuropediatra, fonoaudiólogas, psicólogas, terapeutas
ocupacionais, e para escolas que as estimulem a falar e a se socializar. Ele
alertou que é importante começar o quanto antes o tratamento.
“O psiquiatra infantil colabora no
encaminhamento destes indivíduos aos profissionais que vão efetivamente
trabalhar com essa criança ou jovem. Porém, quando o comportamento do paciente
impede que ele possa usufruir destas terapias, geralmente iniciamos com
medicações”, finalizou. O uso de remédios só acontece no caso de muita
agitação e agressividade constantes. Ele advertiu que antes de cinco anos
deve-se evitar medicações.
Fonte: Guia Inclusivo
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