Unicamp - Pesquisa aprova videogame contra a paralisia cerebral.
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Estudo mostrou benefícios do Nintendo Wii para pacientes debilitados; uso também é aprovado para reabilitação.
Isabela
Palhares - Campinas
Fotos:
Divulgação
Profissional demonstra utilização de videogame para tratamento de paralisia cerebral na Unicamp |
A
constatação desses benefícios tem levado fisioterapeutas a adotar jogos
virtuais de uso convencional para o desenvolvimento de programas motores
cerebrais que, aplicados ao longo do tempo, possam permitir aprendizados
motores em pessoas com essa doença.
Estas
constatações levaram a fisioterapeuta Poliana Chiemi Yamagute Costa,
pesquisadora da Unicamp, a se propor a estudar os resultados decorrentes do uso
do Nintendo Wii como atividade motora complementar nos portadores de paralisia
cerebral.
O
seu trabalho teve como objetivo analisar as mudanças que o uso do sistema de
realidade virtual Nintendo Wii pode provocar, quando associado à fisioterapia
convencional, na função motora grossa, mais especificamente, no alinhamento
postural e nos equilíbrios estático e dinâmico de crianças e adolescentes com
paralisia cerebral, ou seja, capazes de caminhar sem suporte externo. Embora
essa ferramenta já seja bastante utilizada, o estudo, segundo a pesquisadora, é
o primeiro realizado sobre o tema no Brasil.
PARALISIA
A
paralisia cerebral acomete pessoas que sofreram algum tipo de lesão cerebral
que desencadeia problemas motores que podem atingir diferentes e várias partes
do corpo.
Para
a pesquisa, Poliana separou 12 crianças em grupos de seis, submetendo um deles
a apenas a terapia convencional e o outro a fisioterapia e à wiireabilitação.
Ela comparou então o desenvolvimento da função motora grossa nesses dois
grupos, que é muito trabalhada na fisioterapia convencional. A função motora
grossa envolve o dia a dia funcional de uma criança: descer e subir escadas,
levantar e sentar, equilibrar-se, por exemplo.
Em
três meses, nas crianças que foram submetidas à wiiterapia notou-se melhora na
função motora grossa envolvendo movimentos realizados no dia a dia. “Os meus resultados
me permitem afirmar que as mudanças observadas foram a melhora significativa do
equilíbrio estático e a melhora da função motora grossa. Se o objetivo da
terapia é o de melhorar esse equilíbrio e a função motora grossa, a ferramenta
é indicada, mas para modificar o alinhamento postural e o equilíbrio dinâmico
recomenda-se a utilização de outros métodos. É sabido, entretanto, que o
processo traz benefícios para diversos tipos de disfunções motoras”.
Videogame
é utilizado em reabilitação
|
Eduardo Schiavoni
O
Wii, videogame japonês da Nintendo, ganhou popularidade entre os jovens por
divertir e ao mesmo tempo ajudar a suar a camisa. Por isso, tem sido utilizado
por fisioterapeutas não só no combate à paralisia como também em trabalhos de
reabilitação muscular e motora.
De
acordo com o fisioterapeuta que supervisiona o uso do Wii na Unicid
(Universidade Cidade de São Paulo), Fábio Navarro Cyrillo, a idéia de usar
realidade virtual na fisioterapia surgiu após ter participado de estágio em um
dos centros de reabilitação da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, em
julho de 2008.
“Na
clínica, o console está sendo utilizado como um recurso adicional ao programa
de reabilitação, por exigir que os jogadores executem movimentos que ajudem a
reconquistar o equilíbrio, coordenação, resistência e força muscular, além de
estimular a atividade cerebral e aumentar a capacidade de concentração”,
explica Cyrillo.
Segundo
o fisioterapeuta, a realidade virtual está sendo utilizada em outros países há
cerca de dez anos, com ótimos resultados. “O esforço para executar as
atividades provoca uma verdadeira transformação no empenho e dedicação do
paciente no processo de reabilitação. Apesar de ser um recurso recente,
pesquisas já comprovam a sua eficácia”. As sessões e incluem exercícios que
simulam partidas de tênis, boliche, boxe e golfe.
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