Cabide que fala ajuda deficientes visuais a escolher o que vestir
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Chip
instalado no acessório armazena mensagens gravadas anteriormente e as reproduz
quando botão é acionado. Primeiro modelo já foi aprovado.
Como escolher a roupa no armário? Tarefa difícil para quem não
enxerga. "Ele tem que fazer o quê? Tem que memorizar a posição e a textura
daquilo que ele guardou dentro do armário", explica a terapeuta
ocupacional Neila Vieira de Souza.
E se o cabide avisasse o que está pendurado nele? "Bom dia,
eu sou seu blazer rosa", anuncia a voz no cabide. A ideia surgiu de duas
irmãs donas de uma fábrica em Petrópolis, Região Serrana do Rio. "Minha
irmã é pedagoga, trabalha com deficientes visuais. Então os alunos se queixavam
muito dessa necessidade organizacional de como se vestir, como melhor
aproveitar o seu dia a dia", lembra Adriana Sêmola, dona da fábrica.
O segredo está em um chip instalado dentro, que armazena as
mensagens e é ligado a um alto-falante. É preciso apertar um botão atrás para
gravar, como "Esta é a sua camisa azul turquesa", e ouvir ao acionar
outro botão na frente.
O cabide também tem o conceito de sustentabilidade. É feito com
sobras de madeira reciclada. A dificuldade, por enquanto, é encontrar uma
empresa que fabrique um chip semelhante no Brasil. O do modelo atual foi
importado da China. A fábrica vai produzir agora 500 peças e distribuir em
instituições de atendimento a deficientes visuais e em uma feira do setor em
abril.
Luis Benedicto está entre os mais de 6,5 milhões de brasileiros
cegos ou com grande dificuldade de enxergar. Ele aprovou a invenção. "A
facilidade de ter a livre escolha da roupa que você quer, da camisa que você
quer", comenta ele. "Vai apertando os botõezinhos e vai vendo qual é
a camisa", completa.
Fonte: Jornal Nacional
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