Primeira orquestra parassinfônica do brasil, OPESP aquece motores para concerto em SP
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Estamos falando de pelo menos dez músicos com deficiência que, sob a batuta do maestro Roberto Tibiriçá, terão, pela primeira vez na vida, a oportunidade de vivenciar a rotina de uma orquestra sinfônica. Com coordenação pedagógica de Aída Machado, Mestre em Música pelo Departamento de Música da Universidade de São Paulo, os 32 músicos da OPESP (pessoas com e sem deficiência) passarão por quatro meses intensos de ensaios.
Por fim, para coroar este primeiro ano de vida da Orquestra Parassinfônica de São Paulo, eles sobem ao palco da Sala São Paulo – o mesmo pelo qual gigantes da música mundial também já pisaram – justamente no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 03 de dezembro.
Ainda há vagas: inscreva-se
Os interessados em integrar a OPESP ainda têm uma chance. O projeto ainda tem vagas para os naipes de violinos, contrabaixo, viola e violoncelo, além de registrar os interessados de outros naipes em seu cadastro de reserva. As inscrições podem ser feitas diretamente no site .
Inclusão e Protagonismo
“A missão da OPESP é empoderar musicistas com deficiência para que possam desempenhar seu efetivo protagonismo na sociedade”, explica Igor Cayres, mestre em atividades culturais e artísticas, idealizador e produtor da OPESP. “É preciso jogar luz sobre o capacitismo na música. Queremos garantir que as pessoas com deficiência estejam seguras, integradas e sejam valorizadas. Seja na OPESP ou em qualquer outra orquestra do mundo, nosso desejo é que estas pessoas não encontrem barreiras para revelar seus talentos ao mundo”, completa.
Humanização: Conheça a trompista Camila Moraes
A estudante de Licenciatura em Música Camila Moraes, de 22 anos, percorreu uma longa jornada no Rio Grande do Sul, desde os 10 anos de idade até compor o naipe de trompa da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Periodicamente viajando oito horas para ir e voltar de Santa Maria até Porto Alegre, para essa amante da música, percorrer longas distâncias está longe de ser um problema.
“Quando eu vi as inscrições abertas para a OPESP inicialmente eu titubeei, mas decidi me inscrever porque eu decidi que é isso que eu quero fazer para o resto da minha vida”, comenta Camila. “Só de estar em São Paulo, participar da audição, conhecer músicos incríveis já tinha valido a pena, mas ter sido selecionada é indescritível e maravilhoso. A expectativa está alta, sei que vai mudar a minha vida para melhor e, com toda a certeza, eu vou me dedicar muito e fazer valer a pena todo o meu esforço até aqui”, completa.
Contexto PcD
O levantamento mais recente do IBGE aponta que 8,4% da população brasileira acima de dois anos, o que representa 17,3 milhões de pessoas, tem algum tipo de deficiência. A pesquisa detalha que 7,8 milhões, ou 3,8% da população acima de dois anos, apresenta deficiência física nos membros inferiores, enquanto 2,7% das pessoas têm nos membros superiores. Além disso, 3,4% dos brasileiros possuem deficiência visual; 1,1%, deficiência auditiva.
Foi contrapondo esses números com a representatividade dessa população na música brasileira que Igor Cayres construiu o projeto da OPESP – para criação, desenvolvimento e promoção da primeira orquestra do Brasil protagonizada por músicos com deficiência.
Ao todo, 43 pessoas passaram pela fase de testes, sob avaliação de uma banca examinadora formada por professores e coordenação pedagógica educacional da OPESP.
Links úteis
Website: https://opesp.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/orquestraparassinfonica
Instagram: https://www.instagram.com/opesp__/
Rafael Ferraz
Rafael F. Carpi (Editor). Comunicador Social desde 2006, foi repórter em jornais impressos e rádio AM, assessor de imprensa e fotógrafo. É tetraplégico e ativista pelos direitos da pessoa com deficiência. Trabalha com conteúdo digital acessível e consultoria em diversidade, equidade e inclusão.
Assista ao vídeo sobre as "audições para a OPESP"
Fonte: Jornalista Inclusivo
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