Arquiteto tetraplégico Francisco de Assis Aragão morre aos 69 anos, em Brasília

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Ele faleceu em casa, vítima de falência múltipla dos órgãos; tetraplégico desde os 27 anos, projetou mais de 200 casas na capital. 

Por Mara Puljiz e Luiza Garonce, g1 DF e TV Globo

Arquiteto Francisco de Assis Lima Aragão, morreu em Brasília nesta quinta-feira (6), aos 69 anos — Foto: TV Globo/Reprodução

Morreu na tarde desde quinta-feira (6), em Brasília, o arquiteto Francisco de Assis Lima Aragão, aos 69 anos. O velório aconteceu às 10h desta sexta-feira (7), e o sepultamento, às 12h, no Cemitério da Asa Sul. Francisco morreu em casa, no Lago Norte, vítima de falência múltipla dos órgãos.

Segundo o irmão, Sérgio Aragão, Francisco estava debilitado e vivia em home care. Nas últimas duas semanas, o arquiteto não estava consciente em razão dos remédios que tomava para dor.

Francisco era tetraplégico desde os 27 anos, após sofrer um acidente de carro em uma viagem de Brasília para o Ceará (CE). Ainda assim, conseguiu realizar o sonho de terminar a faculdade de arquitetura.

Com ajuda de um um sensor nos óculos e de um equipamento que prendia o lápis à própria mão, Assis conseguiu projetar mais de 200 casas em Brasília.

Em entrevista à TV Globo (veja neste vídeo), em 2013, Assis revelou a paixão pelas artes plásticas, com mais de 600 desenhos e esculturas desenhadas por ele e executadas por outras pessoas. Assim, teve obras expostas pelo Brasil e também no exterior, como na Inglaterra, Estados Unidos (EUA), México e Japão.

"Quanto eu estou projetando, quando eu estou desenhando, quando estou fazendo qualquer trabalho de arte, eu ocupo a minha cabeça e não fico com aquele desespero de perguntar porque aconteceu comigo. Já passou. Tudo é possível. Se você tentar, tudo é possível", disse Assis à época.

"Ele foi uma grande pessoa, que tinha um grande coração. Sempre ajudava todas as pessoas, tanto da família quanto as que trabalharam com ele. Sempre foi um exemplo para todos da família pela obstinação em trabalhar. Mesmo no último ano de vida, ainda fazia os desenhos", elogiou o irmão Sérgio Aragão.

Fonte: g1 DF

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