Novos protocolos para uso de máscara em viagens aéreas exclui pessoas com deficiência auditiva

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Instituto Humanus

Os usuários de voos de algumas companhias aéreas foram surpreendidos nos últimos dias ao serem impedidos de embarcar utilizando máscara de proteção transparentes, feitas com material plástico, mesmo com filtros laterais. As companhias exigiram que os passageiros trocassem as máscaras por outras de tecido, caso contrário não embarcariam em suas viagens. A alegação das companhias aéreas é que isso seria por questões de “segurança” e que somente as máscaras produzidas em tecido seriam capazes de conter a propagação do coronavírus num ambiente fechado e com uso de ar condicionado.

Durante a pandemia, com o uso das máscaras de tecido, o maior obstáculo enfrentado pela comunidade surda no Brasil está relacionado com a falta de comunicação, afinal, muitos surdos se comunicam através da leitura labial e também a expressão do rosto das pessoas, além da boca, ficam encobertas pelas máscaras de tecido comuns. Pensando nisso, o Instituto Humanus no ano passado lançou uma máscara totalmente transparente, com filtros de ar, que garante manter todas as expressões e os lábios visíveis aos Surdos.

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Surdez, no dia 03 de março, entrou em vigência uma determinação com novos protocolos para uso de máscaras em viagens aéreas que impactará, diretamente, uma população estimada em 10,7 milhões de brasileiros que possui baixa ou nenhuma audição, que necessitam da leitura labial e da expressão facial para comunicação.

Segundo a OMS existem cerca de 466 milhões de pessoas surdas no mundo e estima-se que, em 2050, esse número aumentará para 900 milhões. Outro dado importante é que 60 % das pessoas com deficiências auditivas estão entre 12 e 35 anos, que, durante esse período de pandemia e combate ao coronavírus, ficaram impossibilitados de participar do cotidiano da sociedade por conta da obstrução na eficiência da comunicação dificultadas por conta das máscaras de diversos tipos de matérias em tecido ou TNT (tecido não tecido), que impedem a visualização facial e leitura labial.

As inúmeras barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiências auditivas começam pela falta de acesso à informação, que dificulta a comunicação, gerando impedimento no desenvolvimento na área da educação, atendimento na área de saúde,  lazer e cultura, locomoção, emprego e renda, ocasionando a falta de inclusão na sociedade.

Existem normativas que determinam que todos os cidadãos têm direito ao acesso às informações. Na maioria das vezes, as conquistas com relação à inclusão social ocorrem principalmente por meio das leis, que tornam obrigatórias determinadas ações que ainda enfrentam dificuldades na execução e atendimento devido à falta de conscientização por parte de órgãos públicos e até mesmo por falta de solidariedade da sociedade. “Não podemos permitir que essa parcela da população seja excluída do seu direito de ir e vir pela falta de acesso à comunicação por conta dessa determinação das empresas aéreas. É preciso pensar na inclusão das pessoas com deficiência auditiva que precisam ter assegurados o direito à circulação dentro das normas sanitárias que abrangem o conjunto de medidas capazes de diminuir ou prevenir riscos à saúde, principalmente no enfrentamento à pandemia”, comenta Rodolfo Sonnewend, diretor-presidente do Instituto Humanus para pessoas com deficiência.


Mulher veste máscara transparente
A máscara transparente desenvolvida pelo Instituto Humanus é registrada com a marca “Transparent Mask”, que tem no seu diferencial das demais alternativas apresentadas no mercado, um produto pensado e desenvolvido de forma ergonômica, que ajusta-se completamente ao rosto, possui vários tamanhos, confeccionado em material PET PCR cristal, com grau alimentício e possui em suas válvulas laterais, elementos filtrantes com aspersões; contendo carvão ativado e íons de prata, que estão embasados em testes laboratoriais e no laudo que atesta a sua eficácia de 99,99 %, tanto na entrada, circulação e saída de ar; facilitando a troca de gás carbônico por oxigênio, atestada pelo laboratório de virologia do Departamento de Genética, Evolução e Bioagentes, do Instituto de Biologia da UNICAMP. As máscaras foram idealizadas após os relatos de uma profissional liberal médica veterinária que nunca contou para os seus clientes da sua deficiência auditiva. Dentro do conceito do “design universal”, as máscaras transparentes também atendem diversas necessidades, pois ampliam o campo de visão facilitando a locomoção de pessoas idosas, facilitam a identificação visual dos clientes e atendentes em estabelecimentos comerciais, sem contar na praticidade e a facilidade na higienização.

Fonte: Revista Reação

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