Cinemas têm até sexta-feira para garantir acessibilidade auditiva

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 Salas em Santa Bárbara e Campinas têm estrutura para receber pessoas com deficiência auditiva e visual.


Até o dia 1º de janeiro de 2021, todos os cinemas do País devem ter suas salas de exibição adequadas para receberem as pessoas com deficiência auditiva e visual. É o que prevê a Lei 14.009, de 2020, que muda o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146, de 2015).

De acordo com o texto, os cinemas devem contar com espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência, em locais de boa visibilidade, em todos os setores, próximos aos corredores e devidamente sinalizados. Os espaços devem garantir a acomodação de um acompanhante.

O estatuto prevê ainda recursos de acessibilidade como a subtitulação por meio de legenda oculta, a janela com intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e a audiodescrição.

O Moviecom Cinemas, do Tivoli Shopping, em Santa Bárbara d’Oeste, está entre os exibidores da região com estrutura de acessibilidade completa, desde o início de 2020, preparado para receber todos os tipos de público, inclusive espectadores cegos, surdos e pessoas com capacidades reduzidas.

Para isso, o cinema possui aparelhos celulares com o aplicativo CineAssista, resultado de uma parceria entre as empresas Dolby e Assista Tecnologia, dedicado para visualização e áudio, que integra Libras, com suporte de tradução automática, descrição de áudio e legendas em tempo real.

“Como o aparelho é móvel e tem conexões sem fio, pode ser utilizado em qualquer poltrona da sala de exibição e em qualquer sessão e filme que conte com a liberação do recurso”, explica Marcela Ribeiro, gerente do Moviecom do Tivoli Shopping, ressaltando que hoje em dia, o uso do equipamento já está liberado para a maioria dos filmes em cartaz.

Os recursos de legendagem, legendagem descritiva, audiodescrição e Libras facilitam a compreensão do conteúdo dos filmes por parte das pessoas com deficiências. O usuário é quem escolhe que recursos quer utilizar e o conteúdo do CineAssista é sincronizado à exibição do filme na telona.

A audiodescrição ambienta o espectador cego ou deficiente visual da linguagem corporal, estado emocional dos personagens e descrição dos figurinos e cenários, além de informar a origem dos sons – essencial para o entendimento da trama do filme.

Já a legendagem descritiva consiste na transcrição do texto oral para texto escrito ou para a Libras, no caso de filmes brasileiros sem legenda. Além das falas dos personagens, a legendagem deve conter informações sobre efeitos sonoros como explosões, música, som ambiente, silêncios e pontuar situações como riso ou choro.

Para utilizar o CineAssista, basta fazer a solicitação do equipamento na bilheteria do cinema. O Moviecom possui atualmente dez aparelhos móveis para suas quatro salas de exibição.

Eles acompanham fone de ouvido e suporte para fixação nas poltronas. O cliente recebe a orientação sobre o uso da tecnologia e a ajuda necessária de um funcionário. Não há custos pelo uso do equipamento.

“Nosso objetivo é que todos se sintam acolhidos e igualmente respeitados. Queremos possibilitar o acesso ao cinema para todos”, conclui Marcela.

O gerente geral do Tivoli Shopping, Gustavo Salvagnini, destaca a importância da oferta dos recursos de acessibilidade por parte do cinema.

“Pessoas com deficiência até então eram impedidas de frequentar cinemas, devido à inacessibilidade. Agora, o cinema pode cumprir o seu papel de levar entretenimento a todos”, observa.

O Moviecom Cinemas também conta com acessibilidade física em seu espaço e disponibiliza poltronas especiais para obesos, lugares reservados para cadeirantes e banheiros adaptados, de uso exclusivo para pessoas com deficiência.

Outros

Em Campinas, o Kinoplex Dom Pedro, no Parque Dom Pedro Shopping, é adaptado para pessoas com deficiência, informou a assessoria de imprensa. Todas as salas da rede no Brasil contam com a mesma tecnologia utilizada no Moviecom, o aplicativo CineAssista.

Há assentos para pessoas obesas, salas com acessibilidade para cadeirantes, e também sessões “Azul”, voltadas para autistas, que estão temporariamente suspensas por conta da pandemia.

No caso do cinema Multiplex, na Villa Multimall, em Santa Bárbara d’Oeste, as salas possuem assentos destinados a pessoas obesas e espaço para deficientes físicos, bem como acesso adaptado com rampas, informou a gerência ao LIBERAL.

Quanto à estrutura para deficientes auditivos e visuais, o gerente disse que aguarda informações do Sindicato Empresas Exibidoras Cinematográficas Estado São Paulo quanto à possibilidade de uma nova prorrogação do prazo.

“Ainda não temos uma resposta porque o sindicato está vendo se vai prorrogar o prazo. Temos orçamento para isso, mas estamos esperando entrar em vigor. Para tentar contornar a situação, pensando no deficiente auditivo, tentamos manter uma sessão legendada”, disse.

A reportagem procurou as administrações e assessorias do Cineflix, no Shopping ParkCity Sumaré; do Cinesystem, no Shopping Hortolândia; e do Cine Araújo, em Piracicaba, mas não obteve respostas até a publicação desta reportagem.

Fonte: Liberal 

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