Desenho Universal - Entenda o seu conceito
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Em 1961, países como Japão, EUA e nações européias, se reuniram na Suécia para discutir como reestruturar e recriar o velho conceito que produz para o dito “homem padrão”, que nem sempre é o “homem real”. Assim, esta primeira conferência internacional foi berço para que, em 1963, em Washington, nascesse a Barrier Free Design, uma comissão com o objetivo de discutir desenhos de equipamentos, edifícios e áreas urbanas adequados à utilização por pessoas com deficiência.
O conceito de Desenho Universal se desenvolveu entre os profissionais da área de arquitetura na Universidade da Carolina do Norte - EUA, com o objetivo de definir um projeto de produtos e ambientes para ser usado por todos, na sua máxima extensão possível, sem necessidade de adaptação ou projeto especializado para pessoas com deficiência.
O projeto universal é o processo de criar os produtos que são acessíveis para todas as pessoas, independente de suas características pessoais, idade, ou habilidades. Os produtos universais acomodam uma escala larga de preferências e de habilidades individuais ou sensoriais dos usuários. A meta é que qualquer ambiente ou produto poderá ser alcançado, manipulado e usado, independentemente do tamanho do corpo do indivíduo, sua postura ou sua mobilidade.
O Desenho Universal não é uma tecnologia direcionada apenas aos que dele necessitam; é desenhado para todas as pessoas. A idéia do Desenho Universal é, justamente, evitar a necessidade de ambientes e produtos especiais para pessoas com deficiências, assegurando que todos possam utilizar com segurança e autonomia os diversos espaços construídos e objetos.
Em 1987, o americano Ron Mace, arquiteto que usava cadeira de rodas e um respirador artificial, criou a terminologia Universal Design. Mace acreditava que esse era o surgimento não de uma nova ciência ou estilo, mas a percepção da necessidade de aproximarmos as coisas que projetamos e produzimos, tornando-as utilizáveis por todas as pessoas. O mais importante aqui é observarmos que o Desenho Universal democratiza o espaço, a utilização de equipamentos e serviços, equiparando as pessoas nos valores da cidadania.
Na década de 90, o próprio Ron criou um grupo com arquitetos e defensores destes ideais para estabelecer os sete princípios do desenho universal. Estes conceitos são mundialmente adotados para qualquer programa de acessibilidade plena. (Desenho Universal, um conceito para todos, Mara Gabrilli)
São eles:
1. Igualitário – uso equiparável
São espaços, objetos e produtos que podem ser utilizados por pessoas com diferentes capacidades, tornando os ambientes iguais para todos.
2. Adaptável – uso flexível
Design de produtos ou espaços que atendem pessoas com diferentes habilidades e diversas preferências, sendo adaptáveis para qualquer uso.
3. Óbvio – uso simples e intuitivo
De fácil entendimento para que uma pessoa possa compreender, independente de sua experiência, conhecimento, habilidades de linguagem, ou nível de concentração.
4. Conhecido – informação de fácil percepção
Quando a informação necessária é transmitida de forma a atender as necessidades do receptador, seja ela uma pessoa estrangeira, com dificuldade de visão ou audição.
5. Seguro – tolerante ao erro
revisto para minimizar os riscos e possíveis conseqüências de ações acidentais ou não intencionais.
6. Sem esforço – baixo esforço físico
Para ser usado eficientemente, com conforto e com o mínimo de fadiga.
7. Abrangente – dimensão e espaço para aproximação e uso
Que estabelece dimensões e espaços apropriados para o acesso, o alcance, a manipulação e o uso, independentemente do tamanho o corpo (obesos, anões etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas, com carrinhos de bebê, bengalas etc.).
Como aplicar o desenho universal?
Seja em casa, em um escritório, espaços públicos ou em estabelecimentos devem seguir as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A NBR 9050 visa garantir a acessibilidade em espaços e edificações e tem como base o desenho universal. Dentre algumas determinações está o espaço dos corredores, que deve ser de no mínimo 80 centímetros para que cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida possam circular livremente. Ela também determina a altura de maçanetas, pias e muitos outros itens.
É preciso atentar também para algumas normas específicas de acessibilidade em negócios de alguns segmentos. É o caso da NBR 14021, que estabelece critérios de acessibilidade em trens urbanos, a NBR 14273, que trata do transporte aéreo, e a NBR 15290, focada em comunicação televisiva.
Além de aplicar o desenho para todos nas edificações, não se pode deixar de ter produtos que também sejam acessíveis. Nesse caso, as empresas, ao desenvolverem um novo artigo, devem testá-los para saber se eles conseguirão atender ao máximo de pessoas possível.
Em suma, para aplicar o desenho universal é preciso conhecer as diferentes necessidades e pensar nelas antes de começar uma construção, a fim de evitar que sejam feitas adaptações. E, mais do que garantir o acesso, é preciso ter em mente que dessa forma será possível incluir a todos, aumentar os ganhos e visibilidade das marcas que com acessibilidade podem aumentar seu alcance.
Clique aqui e baixe a Cartilha sobre Desenho Universal da Mara Gabrilli
Fonte: Portal da Educação, Talento Incluir e Cartilha de Desenho Universal - Mara Gabrilli
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