Unidades da Unesp contam com aulas remotas e acessíveis às pessoas com deficiência auditiva nos cursos de pós-graduação
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Dos 34 centros de ensino,
apenas quatro não têm nenhuma atividade didática digital para cursos de
pós-graduação no período de pandemia de COVID-19
Cursos para pessoas com deficiência auditiva |
Um levantamento realizado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação
(Propg) da Universidade
Estadual Paulista (Unesp)
na primeira semana de maio mostrou que 30 das 34 unidades da instituição com
Programas de Pós-graduação realizam alguma atividade didática por meio de
plataformas digitais. O percentual de disciplinas presenciais que estão sendo
oferecidas remotamente em cada um desses locais varia de 2,9% a 100% durante o
período de pandemia de COVID-19 (doença causada pelo novo coronavírus).
“Estão em curso em toda a Unesp 642
disciplinas de pós-graduação, em formato não presencial, das 1.147 que seriam
realizadas presencialmente. O que representa 56% do total. Desde o início da
quarentena, nós nos preocupamos em preservar a saúde de docentes e alunos com a suspensão das atividades presenciais de ensino e estimulamos as não
presenciais. Nossa sondagem mostra que os professores responderam ao chamamento
da universidade e aceitaram o desafio de lecionarem remotamente nesse momento
de isolamento social, estratégia de adaptação à pandemia”, afirma ao Portal da Unesp a professora Telma Berchielli, pró-reitora
de Pós-Graduação da Unesp.
Na Faculdade de Ciência e Tecnologia
da Unesp, do campus de Presidente Prudente, das 37 disciplinas presenciais
propostas, no início do ano, 30 estão em curso no formato digital (índice de
81,1%). Quatro delas são ministradas no Programa de Pós-graduação em Geografia
(PPGG).
“A partir do momento em que passaram
a vigorar as medidas de isolamento social, o Conselho do PPGG enviou um
questionário aos alunos com o objetivo de identificar as condições de saúde, a
situação do local em que se encontravam em isolamento, as condições de acesso a
computador e internet”, destaca ao Portal da Unesp o professor Everaldo
Melazzo, coordenador do PPGG.
Experiência
Nos três maiores campi da Unesp, o
índice mínimo de disciplinas em andamento supera os 28%. Na Faculdade de
Ciências e Letras da Unesp, do campus de Araraquara, a disciplina ‘Práticas
Semióticas’, do Programa de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa
(PPGLLP), é uma das 21 matérias da unidade que ocorre virtualmente. Ela é
ministrada pelos professores Jean Cristtus Portela, Arnaldo Cortina e Matheus
Schwartzmann, com a colaboração dos pós-doutorandos Patrícia Moreira e Thiago
Correa.
Essa é a primeira experiência
didática virtual do professor e coordenador da PPGLLP, Jean Cristtus Portela,
que já havia tido contato com algumas das ferramentas tecnológicas, mas estava
acostumado com as aulas tradicionais por meio da exposição oral, com uso de
lousa e debates presenciais, no máximo com a utilização de alguns slides.
“O desafio inicial foi chegar a um
consenso entre os responsáveis pela disciplina sobre o que e como poderíamos
fazer, e se seria conveniente adotarmos estratégias remotas de formação nesse
momento. O segundo desafio, que foi um princípio que nos impusemos, era a
questão da inclusão, tanto no que se refere ao acesso dos alunos a computadores
e à conexão de internet quanto em relação aos discentes surdos, que careciam da
atuação do intérprete de Libras. Quando tivemos retorno positivo sobre as
condições de acessibilidade tecnológica de toda a turma e a confirmação, por
parte da direção da faculdade, de que teríamos o tradutor, vimos que seria
possível dar continuidade ao nosso curso”, conta Jean Cristtus Portela ao
Portal da Unesp.
Ensino a distância
Assim como o professor Jean, a
professora e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária,
da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, do campus de
Botucatu, Renee Laufer Amorim, também nunca tinha oferecido disciplinas de
forma remota, mas durante a pandemia encarou o desafio e está ministrando as
matérias ‘Tópicos Especiais em Pandemia COVID e Saúde Mental’ e ‘Tópicos
Especiais em Quarentena Como Ferramenta de Autoconhecimento’, duas das 23
disciplinas em curso na FMVZ nesse período. A primeira conta com a participação
de 50 alunos e outra tem 60 estudantes de Veterinária, Zootecnia, Enfermagem e
Medicina.
“Há muitos alunos nas disciplinas
porque aproveitaram esse tempo para fazer as disciplinas, já que estariam em
atividades práticas no campo ou em laboratório se não fosse a pandemia. Também
viram oportunidade para integralizar os créditos de mestrado ou doutorado e,
assim, manter a data da qualificação, apesar da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES) ter prorrogado os prazos. Tem um casal de
alunos no Catar que fica no Oriente Médio fazendo a disciplina e um aluno no
Pará que são gratos pela possibilidade de cursarem as disciplinas a distância”,
comenta Renee Laufer Amorim ao Portal da Unesp.
Ao contrário de Jean Cristtus Portela
e da Renee Laufer Amorim, o professor Carlos Roberto Grandini, do Programa de
Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais (POSMAT), da Faculdade de
Ciências (FC) da Unesp, do campus de Bauru, já ministra aulas a distância desde
2009.
“Isso foi muito interessante, pois
permitiu que alunos de diversos campi da Unesp e também de outras instituições
do Brasil e do exterior pudessem assistir às aulas que passaram a ser de
maneira não presencial. A participação dos alunos é instantânea, como se
estivéssemos juntos na sala. As dúvidas e os esclarecimentos são feitos no
momento em que eles aparecem. Seminários de alunos também são realizados do
local onde estão acompanhando as aulas, tanto por computador quanto por
smartphone. Neste semestre, temos 42 estudantes de seis campi da Unesp, de três
instituições de São Paulo e de organizações da Argentina, México e Espanha”,
revela Carlos Roberto Grandini ao Portal da Unesp.
Fonte: Governo de São Paulo
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