Jovem tenta ser a primeira vereadora com síndrome de Down eleita na França
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Eléonore Laloux quer usar sua
candidatura para destacar situação dos franceses que têm a mesma alteração
genética
Eleonore Laloux, jovem francesa com Síndrome de Down, posa enquanto trabalha em sua casa, em Arrás, norte da França. Foto: DENIS CHARLET / AFP |
ARRÁS, França - Há anos,
Eléonore Laloux luta pela autonomia das pessoas com deficiência. Então, quando
lhe foi proposta a participação nas próximas eleições municipais, essa francesa
com síndrome de Down não hesitou por um segundo.
— É um projeto que
significa muito para mim — explica a mulher de 34 anos no apartamento onde mora
sozinha na cidade de Arrás, no Norte da França.
Entre os temas que ela
deseja promover se for eleita vereadora desta cidade de 40 mil habitantes está
a educação cívica e a limpeza. Mas sua luta principal é “desenvolver
mentalidades” em relação às pessoas com deficiência.
Seu desejo de entrar na
política nasceu após vários anos de envolvimento em associações para
sensibilizar os franceses sobre a situação das pessoas com síndrome de Down e
os obstáculos que elas enfrentam todos os dias. Alguns deles foram relatados no
seu livro “Triso et alors!”, publicado em 2014
Laloux é porta-voz do
grupo Os Amigos de Eléonore, que luta contra a estigmatização das pessoas com
trissomia 21, e membro da associação Down Up, que atua em favor de pessoas com
deficiência intelectual. Ela também teve a oportunidade de conversar com os formuladores
de políticas sobre a situação para as pessoas com síndrome de Down na França,
inclusive em uma visita ao Palácio do Eliseu, durante a Presidência de François
Hollande (2012-2017).
Após uma escolaridade
“normal”, já que nunca esteve em estabelecimentos especializados para pessoas
com deficiência, Laloux leva uma vida autônoma. Ela trabalha como agente
administrativa em um hospital particular há mais de 10 anos.
— Eu cozinho um pouco,
checo meus e-mails. Gosto de me sentir capaz de tudo — disse ela, que se mudou
da casa dos pais, Maryse e Emmanuel Laloux, há oito anos, a quem se deve em
parte sua autonomia.
Respostas concretas
Em uma conferência
nacional sobre deficiência, o presidente Emmanuel Macron incentivou, na última
terça-feira, que os eleitores pedissem “respostas concretas” aos candidatos das
eleições municipais de março sobre o problema da acessibilidade nas cidades.
— Às vezes é mais eficaz
que os cidadãos se ocupem do tema — disse ele.
Macron também estimulou
que os candidatos sejam pressionados para que adotem medidas para lidar com a
questão.
Para ele, melhorar o
lugar das pessoas com deficiência, que são 12 milhões na França, “deve ser uma
questão de campanha para os conselhos municipais” e os “candidatos devem ser
julgados por sua capacidade de dar respostas concretas, tangíveis e realistas”.
Em caso de vitória nas
eleições municipais de 15 e 22 de março, Laloux se tornaria a primeira pessoa
com síndrome de Down a ser eleita vereadora em uma grande cidade francesa. A
Espanha teve entre 2013 e 2015 seu primeiro conselheiro com trissomia 21,
Ángela Bachiller, na cidade de Valladolid.
Fonte: oglobo.globo.com/mundo
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