Jovem que ficou tetraplégica após 'pegar jacaré' em SP volta a andar
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Com a ajuda de um andador, Karina Castellanos dá os
primeiros passos. Acidente aconteceu em janeiro de 2019, em uma praia de
Ilhabela, quando a jovem tentou pegar uma onda sem prancha.
Karina Castellanos, de 25 anos, fazendo exercícios com a fisioterapeuta Queila Gouveia — Foto: Arquivo Pessoal |
O acidente envolvendo Karina Castellanos, de 25 anos,
que ficou
tetraplégica após pegar um ‘jacarézinho’ em uma praia do litoral
de São Paulo, completou um ano e, após meses de tratamento, a jovem, que no
início não conseguia nem comer sozinha, já consegue andar com a ajuda de um
andador. Os médicos que acompanham o dia a dia de Karina afirmam que a
recuperação é muito boa e a tendência é que ela evolua ainda mais.
Karina, que é moradora de Santos, estava curtindo dias de
folga com o namorado, em Ilhabela, no litoral norte, quando levou um tombo
brusco ao mergulhar no mar, durante uma manobra conhecida como ‘jacarezinho’.
O acidente, em 28 de janeiro de 2019, ocasionou uma lesão e
fez Karina perder totalmente os movimentos. Em entrevista ao G1, ela
relatou, pela primeira vez, como foi o acidente e que tinha
esperança de voltar a andar.
Após o acidente e o diagnóstico de tetraplegia, a jovem
começou a fazer fisioterapia em casa com a fisioterapeuta Queila Gouveia. Ela
também passou a ter acompanhamento no Centro de Reabilitação Lucy Montoro, em
Santos, e também na Universidade Santa Cecília (Unisanta). Meses após o início
do tratamento, Karina já demonstrava melhora nos movimentos e, com o passar do
tempo, a jovem evoluiu ainda mais.
"Hoje ela já consegue andar com a ajuda de um andador,
já tem mais controle do tronco, consegue andar sem a tala que usava no joelho.
É uma vitória. Dia desses tivemos consulta com a neurologista e ela disse que
não sabe como a Karina está sentada. É um ganho muito grande. Ela já evoluiu
muito", disse a mãe, Tereza Castellanos.
Os pequenos ganhos no tratamento, como voltar a comer sozinha
e pentear o cabelo, são comemorados junto com a família que está em Santos
desde o acidente, mas pretende voltar a morar em São Paulo em breve.
"O pai da Karina está fazendo obras de adaptação na
casa para receber ela, tornando o imóvel mais acessível. Lá tem a AACD e outros
centros que também podem ajudar a Karina", conta.
Equipe de fisioterapeutas acompanha a evolução de Karina
após acidente no litoral de São Paulo — Foto: Arquivo Pessoal
Médicas falam sobre evolução
A fisioterapeuta Renata Morales Banjai, que acompanha Karina
durante o tratamento na Unisanta, explica que o trabalho que é feito com a
jovem dentro da universidade é específico para o tipo de lesão dela, já que é
uma fisioterapia neurofuncional.
"O nível de lesão dela foi grave, mas a lesão foi
incompleta e ela vem evoluindo satisfatoriamente. Os exercícios são baseados em
tentar fortalecer o máximo possível os músculos que foram afetados como os da
mão, do tronco e da perna."
De acordo com Renata, atualmente a equipe trabalha mais o
tronco e membros inferiores, para que Karina consiga ter mais firmeza e ande
com mais segurança.
"Se depender do lado direito do corpo dela, a
perspectiva é muito positiva. O lado esquerdo já não avança na mesma proporção
e é por isso que ela ainda apresenta dificuldade para andar. Desde que
acompanhamos, a evolução dela não teve uma parada, ela vem evoluindo todos os
dias e isso é muito positivo", explicou.
Segundo a médica, é comum os pacientes chegarem em
determinado momento do tratamento em que não apresentam mais evolução e ficam
estacionados. Isso, até o momento, não aconteceu com Karina e, por isso, as
expectativas para o futuro são boas. "Desde o início do quadro dela a
previsão era de boa recuperação e ela ainda vai melhorar bastante."
A médica fisiatra Aline Maynart Godoi, que acompanha Karina
durante o tratamento no Lucy Montoro, conta que a jovem evolui de forma
satisfatória a cada dia. Na instituição, ela recebe atendimento de uma equipe
multidisciplinar e, de acordo com a fisioterapeuta, todos têm sua importância
no progresso do paciente.
"Como foi uma lesão medular incompleta, então
poderíamos esperar essa melhora, mas ela vem surpreendendo toda a equipe com a
sua força de vontade", finaliza.
Karina Castellanos, de 25 anos, fazendo
exercícios com a fisioterapeuta Queila Gouveia — Foto: Arquivo Pessoal
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