'Lei da Inclusão' entra em vigor este mês e prevê acessibilidade em todos os novos projetos residenciais
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A nova lei também prevê áreas externas
acessíveis e 2% das vagas de garagens reservadas para pessoas com deficiência
ou mobilidade reduzida
Cozinha adaptada com projeto de Maurício Arruda para Tabata Contri, apresentada no Decora, do GNT (Foto: Alexandre Disaro/Divulgação) |
JULYANA
OLIVEIRA
Recentemente,
em uma palestra durante o Casa Vogue Experience, a ex-ginasta da seleção
brasileira Lais Souza contou sobre as dificuldades de acessibilidade para
cadeirantes. “Fiz algumas adaptações na casa, mas não muitas. Retirei o box do
banheiro para facilitar meu acesso, mudei a altura do balcão para conseguir
encaixar a minha cadeira de rodas e comprei uma cama de casal regulável, que me
permite levantar um pouco os pés”, conta a jovem.
Ter uma
casa adaptada e equipamentos tecnológicos e com design são elementos essenciais
para quem tem nenhuma ou pouca locomoção e necessita de ajuda diária. Esses
quesitos, no entanto, pesam no bolso. Surge no horizonte uma solução, a Lei de
Inclusão. De acordo com o Decreto Federal 9.451, a partir de 26 de janeiro de
2020, os projetos de apartamentos residenciais deverão ser entregues
convertidos ou aptos à conversão futura para o uso de pessoas com deficiências
físicas ou mobilidade reduzida.
Em
outras palavras, os novos projetos residências devem considerar largura de
portas e corredores, desníveis, altura de guarda-corpo, entre outros detalhes
construtivos. Para tanto, o comprador do imóvel deve sinalizar o desejo por uma
unidade com acessibilidade e as adaptações não podem gerar custos adicionais ao
proprietário. "A nova lei terá um grande impacto no mercado. Exigirá mais
responsabilidade dos arquitetos, além de criatividade para otimizar os espaços
privativos”, explica Renato Siqueira, arquiteto e diretor de operações do
estúdio de arquitetura Perkins and Will.
Além
dos espaços internos, as áreas externas do condomínio também devem atender aos
requisitos estabelecidos nas normas técnicas de acessibilidade. Para finalizar,
pelo menos 2% das vagas de garagem devem ser destinadas a pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida.
Apesar
de uma conquista, a discussão precisa ser levada adiante, de acordo com
Grazzieli Gomes Rocha, sócia diretora do escritório Aflalo/Gasperini. “A Lei de
Inclusão vai resgatar a qualidade de uso dos espaços que ao longo do tempo se
perdeu com a diminuição dos ambientes. Uma nova reflexão importante é a
adaptação dos projetos ao envelhecimento das pessoas. A arquitetura também
precisa ser pensada para o usuário envelhecer bem”, pontua.
Fonte:
Casa Vogue
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