Alunos do SESI de Americana (SP) criam porta inteligente que facilita acessibilidade de deficientes
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Foi por meio da empatia
que a estudante do SESI de Americana (SP) Luisa Beatriz Bozelli, 14 anos,
percebeu como as diferenças podem somar. Depois de observar por um mês os
problemas enfrentados por uma colega cadeirante na escola, ela e outros sete
integrantes da equipe “Red Habbit”, uma das 100 selecionadas para a nova
temporada do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, criaram o projeto da Porta
Inteligente Automática (PIA).
A PIA foi pensada para
que uma pessoa com algum tipo de deficiência limitadora tenha mais autonomia. A
porta tem um sensor de cartão magnético capaz de identificar o usuário pelos
dados pessoais. Uma das idealizadoras do projeto, Luisa conta que a porta foi
criada para evitar constrangimentos, como ocorreu com a colega de escola, em
uma simples ida ao banheiro.
“Percebemos que uma das
maiores dificuldades dela era a de abrir portas e isso a chateava,
principalmente, quando ia ao banheiro. Toda vez, ela tinha que ir acompanhada.
Como banheiro é uma situação mais individual, isso causava incômodo. Falamos
com profissionais e disseram que isso poderia trazer diversos danos
psicológicos para ela. Resolvemos pensar em uma solução que ajudasse a ter esse
acesso autônomo ao banheiro”, explica.
Os alunos, preocupados
com a segurança, fizeram pesquisas e entrevistas e conseguiram estipular um
tempo médio que cada usuário precisa para usar o banheiro. Caso esse tempo seja
maior que o previsto, o dispositivo na porta envia um sinal aos responsáveis
por esse monitoramento. “O tempo você pode regular. Vamos supor que ele demora
15 minutos, mas ficou 17. Pode ser um indicativo de que está passando mal, pode
ter desmaiado, então é emitido um alerta no computador onde está instalado o
software e é possível abrir e salvar o deficiente, garantindo a segurança. Está
em processo de implantação na nossa escola, mas o objetivo é levar para fora e
conseguir atingir o objetivo de tornar o mundo mais acessível”, completa Luisa.
Em 2020, o Torneio de
Robótica FIRST LEGO League será realizado entre os dias 3 e 6 de março, na
Bienal de São Paulo. O tema deste ano é construir cidades inteligentes e
sustentáveis (City Shaper). Os alunos são instigados a desenvolver soluções
tecnológicas para dificuldades presentes no dia a dia das pessoas, como falta
de acessibilidade e transporte ineficiente.
Em cada torneio, os
estudantes são avaliados em quatro categorias. Em uma delas, a de Projeto de
Inovação, os estudantes apresentam uma solução inovadora sobre o desafio da
temporada. Em outra, a do Desafio do Robô, as máquinas são colocadas na mesa de
competição e precisam atuar, por exemplo, com guindastes, elevador de obras,
drone de inspeção e construções em aço. Tudo de forma lúdica e simulando
situações reais. As equipes têm direito a três rounds, de dois minutos e 30
segundos cada, para execução das tarefas.
O professor de Robótica
e técnico da equipe Red Habbit, Denis Rodrigo Santana, afirma que o papel do
torneio é inserir o jovem em uma perspectiva positiva de futuro e estimular
habilidades exigidas no mercado de trabalho. “É o caminho que o mundo está tomando.
A gente vê cada vez mais a robótica presente na nossa vida, quase protagonista.
Preparar o jovem, com esse trabalho em equipe, que é difícil adquirir, é um dos
grandes desafios e faz toda diferença na vida desse jovem”, pontua
Santana.
Para o supervisor
técnico educacional do SESI de São Paulo, Ivanei Nunes, o FIRST LEGO League é
um torneio que envolve o desenvolvimento do ser humano, do pesquisador e do
robô. “Os alunos são desafiados a pensar em problemas do mundo real, a
apresentar projetos. Com isso, vão exercitando a capacidade de se adaptar ao
mundo que vai mudando. A robótica se tornou uma estratégia de aprendizagem
muito importante e eficaz para que o jovem goste mais de estudar, sinta maior
prazer em estar na escola e desenvolva habilidades que serão fundamentais para
ele no futuro”, detalha.
A competição
O Torneio de Robótica
FIRST LEGO League foi criado em 1998 pela FIRST - organização não governamental
dos Estados Unidos - em parceria com o Grupo LEGO. A competição propõe que
estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia de forma
divertida, por meio da construção e programação de robôs feitos inteiramente
com peças da tecnologia LEGO Mindstorm.
Desde 2006, o SESI
investe na inserção da robótica educacional nas salas de aula. Atualmente,
todas as 505 escolas contam com o programa no currículo, já que a instituição é
responsável, no Brasil, pela organização da competição (etapas regionais e
nacional) desde 2013.
Fonte: Agência do Rádio
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