De “Etiquetas" em braile a vestidos frente única: amigas criam roupas para Pessoas com Deficiências
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Fundada
por Grace Silva Santos e Angélica Pontes, a Angel's Grace também trabalha com
bermudas com abertura frontal para tetraplégicos e paraplégicos, entre outras
peças inclusivas
Por Amanda
Oliveira
Grace Silva Santos e Angélica Pontes, fundadoras da Angel's Grace (Foto: Amanda Oliveira) |
A
paulistana Grace Silva Santos trabalhou por 20 anos na área comercial. Em 2017,
ela foi demitida e teve que repensar sua carreira. Decidiu que o melhor caminho
seria empreender como MEI (microempreendedora
individual). “Eu comecei a pensar em vender comida ou vestuário, mas
logo descartei a alimentação, porque precisava de uma estrutura mais ampla”,
afirma.
A
princípio, a empreendedora queria investir na venda de roupas de bebê. No entanto,
ela começou a perceber que o mercado de moda inclusiva ainda era pouco
explorado.
Em
2018, fundou a Angel's Grace, junto
com sua amiga Angélica Pontes. A empresa é uma das expositoras da Feira do
Empreendedor 2019 Sebrae-SP, que vai até terça-feira (8/10). O evento
tem mais de 2,5 mil atividades e entrada grátis.
A
proposta da empresa era ser uma marca de roupas confortáveis para pessoas com
deficiência. Mas as empreendedoras tinham que lidar com um grande desafio: além
de não terem experiência com o mercado de moda, elas não sabiam costurar.
Grace
diz que pegou o dinheiro que recebeu após sua demissão e investiu na compra de
máquinas. Com o tempo, as amigas foram aprendendo a costurar e lançaram as suas
primeiras peças inclusivas.
Moda para todos
Uma
das peças da Angel's Grace é uma camiseta feita com garrafa pet e algodão
reciclável. Na manga do produto, as empreendedoras colocaram uma
"etiqueta" em braile, para que clientes com deficiência visual saibam
qual é a cor e o tamanho da roupa.
Por
enquanto, apenas as camisetas têm essa "etiqueta", mas o objetivo da
empresa é que no futuro todas as roupas tenham o produto. "Não foi fácil
achar fornecedores que quisessem fazer esse trabalho para nossa empresa, mas
conseguimos", afirma. Depois que a "etiqueta" é colocada na
roupa, a peça é enviada para uma instituição de apoio aos deficientes visuais,
para verificar se esse público consegue lê-la.
Outro
produto da loja é uma bermuda para paraplégicos e tetraplégicos. A peça possui
uma abertura frontal, que facilita na hora de vestir. Ao se trocar, a pessoa
não precisa nem se levantar da cadeira de rodas.
A
possibilidade de ser aberta na frente também facilita a vida de clientes que
precisem usar sondas para retirar a urina, por exemplo. Para o público autista,
as empreendedoras protegem a costura das peças. Segundo Grace, os autistas são
muito sensíveis ao toque e a costura pode incomodá-los.
A
loja também fez um vestido frente única para pessoas que foram amputadas.
Atualmente, as sócias possuem cerca de 30 modelos diferentes. As camisetas
custam em média R$ 50, os vestidos R$ 60 e as bermudas R$ 80.
Fonte: Revista PEGN
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