Em João Pessoa, moradores querem proibir deficientes de irem à praia
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O argumento dos ‘incomodados’ é que levar deficientes para a praia tira a beleza de um bairro nobre da cidade
A praia costuma ser um lugar democrático, onde é possível presenciar e enxergar a diversidade. As areias não fazem diferença de classe social, cor, etnia, origem, gênero. Inclusive os animais são bem-vindos. Tudo isso se não for na praia de Cabo Branco, bairro nobre da cidade de João Pessoa, na Paraíba, onde moradores querem proibir pessoas com deficiência de frequentarem o espaço público.
Na última terça-feira 20, Holanda foi procurada por moradores do bairro, que pediram para a parlamentar proibir os deficientes de frequentarem a praia. Eles estavam incomodados, segundo relatou Helena, por se tratar de área ilustre da cidade, lugar de pessoas bem criadas, que a orla do Cabo Branco foi criada por pessoas de renome e que o projeto não estaria trazendo um “quadro belo” para a vizinhança.
O “incômodo” da elite chegou até o gabinete da vereadora Helena Holanda (PP), uma das autoras do projeto “Praia Acessível”, uma iniciativa inclusiva que leva, todo sábado, pessoas com deficiência para participarem de atividades com música e esporte na orla da praia.
“Reclamaram do som, mas nós só ficamos lá até o meio-dia e também vieram reclamar, em tom de intimação, a mudar o projeto de lugar porque estava incomodando e retirando a beleza natural porque ali moraram muitas pessoas ilustres, muitas pessoas de renome e que a praia teria que ter uma história diferenciada. Eu não respondi à altura porque são pessoas idosas e eu devo receber as demandas e executar se puder e achar necessário. Essa eu jamais executarei. Pelo contrário, o projeto vai permanecer lá e será ampliado”, declarou Helena.
“Reclamaram do som, mas nós só ficamos lá até o meio-dia e também vieram reclamar, em tom de intimação, a mudar o projeto de lugar porque estava incomodando e retirando a beleza natural porque ali moraram muitas pessoas ilustres, muitas pessoas de renome e que a praia teria que ter uma história diferenciada. Eu não respondi à altura porque são pessoas idosas e eu devo receber as demandas e executar se puder e achar necessário. Essa eu jamais executarei. Pelo contrário, o projeto vai permanecer lá e será ampliado”, declarou Helena.
Ela acrescentou que, diante
de sua recusa em recuar com o projeto que leva as pessoas com deficiência ao
banho de mar e a esportes aquáticos, as moradoras sugeriram que ela cercasse a
área utilizada pelos usuários: “Fizeram um pedido repetitivo para cercar o
local do projeto, que fosse isolada e colocassem um portão”.
Em entrevista ao canal Mais PB, nesta quinta-feira 22, a vereadora garantiu que o projeto não será retirado do local em hipótese alguma, e que, caso as pessoas estivessem incomodadas, podiam se mudar para outro bairro.
Acesso
cidadão – O
programa tem como objetivo fazer com que pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida possam aproveitar o fim de semana para tomar um banho de mar. As
atividades começaram em dezembro de 2012, na gestão do então prefeito Luciano
Agra (in memoriam) e proporcionam acessibilidade sempre aos sábados, das 7h às
12h, em frente à Fundação Casa José Américo de Almeida.
O projeto,
que também prevê o acesso a jogos esportivos, lazer e cultura, é resultado de
uma parceria da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da
Secretaria de Planejamento (Seplan), com a Fundação Casa José Américo; a ONG
Assessoria e Consultoria para Inclusão Social; e a Fundação Centro Integrado de
Apoio ao Portador de Deficiência (Funad).
Fonte: Carta Capital e Parlamento PB
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