Nem tudo é glamour no mundo da moda inclusiva
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Imagine fazer fotos,
desfilar com roupas bonitas e adaptadas, conhecer muita gente bacana e ainda
ganhar por isso. Sim, é isso que pensamos quando olhamos aquelas modelos na
passarela.
É mas, se você pensa que
ser modelo é só glamour, sabe de nada, inocente!
Assim como você, que é
autônomo, empreendedor ou CLT a maioria das modelos com algum tipo de
deficiência possuem dificuldade para trabalhar.
“Mas Claudinha, como
assim, as modelos com deficiência que eu vejo na internet têm a maior cara de
ricas.”
A Rafaela Teixeira
mostra que não é BEM ASSIM!
Nesse bate papo que você
respeita, ela responde àquela pergunta que todo mundo quer fazer: Quando
se fala em moda inclusiva, como se encontra o Brasil em relação a outros
países?
ALÉM DO MAIS: ela
contou como é o mercado de moda para pessoas com deficiência.
Será que a
Rafaela faz parte de alguma agência de moda famosa? Vejam a
entrevista e compartilhe com aquela pessoa que ama moda, desfiles
etc!
Processed with RNI
Films. Preset ‘None’
Quem é Rafaela
Teixeira?
É hoje uma mulher forte
e sem medo, que antes foi uma garota muito inocente e insegura em várias
coisas, mas que hoje continua com o sorriso fácil e com os sonhos atualizados.
Não é de desistir facilmente e raramente se limita com as dificuldades da vida,
é de encarar a realidade de frente e sempre tenta extrair algo bom dela.
Fale-nos sobre a sua
deficiência.
Minha lesão medular é
incompleta, foi diagnosticada na L1 (lombar 1) e não teve a medula rompida, e
sim esmagada em grau médio. Me possibilitando de ter marcha com muletas em
pequenas distâncias, mas com sequelas de bexiga e intestino neurogênicos, faço
cateterismo e não tenho a sensibilidade completa da cintura para baixo, os
movimentos dos pés foram 100% perdidos e a sensibilidade também, movimento as
pernas e tenho um grau médio de força, mas em alguns pontos não tenho nada de
sensibilidade e em outros sim.
E como você, seus
pais, familiares e amigos entenderam, essa condição humana?
No início para
todos foi diferente, mas tudo é adaptável, então eu e meus pais aprendemos como
lidar no dia a dia.
Perdi alguns amigos que
na verdade não eram tão amigos quanto eu achava que fossem, mas ganhei muitos
amigos verdadeiros e um namorado que me enxergou com amor.
Foi difícil o
processo de reabilitação?
Sim e não. Eu sempre me
desafiei em tudo o que é novo para mim, claro que saber que posso ficar assim o
resto da vida não é fácil, mas com o tempo a adaptação, inspiração e
resiliência vão nascendo, e a reabilitação acaba acontecendo sem que a gente
perceba. Hoje posso dizer que consigo lidar muito bem com a minha deficiência.
O que mudou na sua
vida após o acidente?
Tudo rs, pode ser clichê
mas é real.
Você se depara com uma
situação da qual não conhece absolutamente nada, que mesmo tendo visto ao longo
da vida, sentir na pele é totalmente diferente.
Então, tudo a minha
volta teve que mudar, teve que se adaptar a mim e eu me adaptar a tudo que
antes parecia simples.
Tomar banho, se trocar,
se equilibrar… e por aí vai.
Por que você decidiu
escolher fazer moda?
Eu fui modelo quando
adolescente, e isso me aproximou das roupas, do vestuário e do mundo da moda,
aos poucos fui pegando gosto e me apaixonando cada vez mais.
Quando se fala em
moda inclusiva, como se encontra o Brasil em relação a outros países?
Infelizmente ainda não
temos uma referência forte em moda inclusiva, mas já existem projetos, o que
infelizmente não viralizou ainda no mundo da moda é por conta da falta de
estilo e criatividade nas roupas, não só a adaptação e sim a conexão com roupas
não adaptadas.
Como é o mercado de
moda para pessoas com deficiência? Que conselhos você daria para as leitoras
que querem trabalhar na área?
Ainda é bem fraco, mas
acredito que ainda pode crescer muito.
Para mim a adaptação na
roupa inclusiva precisa ser algo normal, algo que não torne a roupa especial e
sim mais natural e igual as outras, sendo possível qualquer tipo de pessoa
usar.
É uma ótima dica para
quem quer investir nessa área.
Você faz parte de
alguma agência hoje? Pretende?
Tenho contrato com uma
agência mas infelizmente não tem muito trabalho para deficientes, é uma pena.
Mas gostaria de
trabalhar e conhecer outras mais inclusivas.
Quais seus planos
para o futuro?
Hoje meus planos é ter
minha independência, minha liberdade.
Quero sim ter uma
família e me casar, mas primeiro quero ter algo meu, trabalhar com o que amo e
poder me sustentar sem precisar de ninguém.
Que mensagem você
deixa para os leitores do blog?
A vida é um presente,
uma dádiva, o resto são só espinhos no caminho, e cabe a nós tirá-los para nos
guiar novamente.
Lute para viver, a
vitória sempre vem, mas ela só aparece quando a gente não desiste.
Rafaela, muito
obrigada por compartilhar sua história e por nos alimentar com a
sua mensagem. Quer conversar com ela clique AQUI! E se
você gostou comente, curta, compartilhe e me acompanhe nas redes sociais.
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Fonte: Casa Adaptada
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