Depois de aprovada no Senado, governo tenta adiar pergunta sobre autismo no próximo Censo
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A ministra Damares Alves | Marcos Corrêa/PR |
POR
BELA MEGALE
Depois
d e o Senado ter aprovado a inclusão de uma pergunta sobre a incidência de
pessoas com autismo em famílias brasileiras no Censo de 2020, o governo tentou
adiar a decisão. Em reunião no Palácio do Planalto, na última quarta (4),
integrantes do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,
chefiado por Damares Alves, tentaram convencer lideranças de movimentos de
defesa crianças autistas de desistirem da ideia.
O
governo vê a inclusão da pergunta como um custo a mais para o governo. Em
abril, o IBGE informou que vai
diminuir do número de perguntas do próximo Censo de 112 para 76 com o objetivo de
reduzir os gastos com a pesquisa. Os movimentos de defesa de crianças com
autismo destacam que o Brasil não detém nenhum estudo próprio sobre a
incidência de casos no país, o que dificulta qualquer tipo de política pública
voltada às pessoas que possui essa deficiência.
A
convocação para a reunião no Planalto sobre o tema aconteceu no dia seguinte do
Senado ter aprovado a pesquisa sobre autismo. No encontro, estava
representantes do governo e lideranças do Movimento do Orgulho Autista
Brasileiro (Moab) e Capricha na Inclusão, que negaram o adiamento.
O
autismo foi considerado deficiência no Brasil só em 2012. Desde então, grupos
ligados à causa têm realizado várias ações para garantir seus direitos.
Em
2014, foi iniciada uma jornada para que o IBGE colocasse, no censo de 2020,
questionamento sobre as pessoas com autismo. O objetivo é saber quantos
autistas existem no Brasil, já que hoje não existe dado oficial. Estatísticas
americanas e europeias apontam que, para cada 68 crianças nascidas, uma tem
espectro autista (TEA – Transtorno do Espectro Autista). Estima-se que, no
Brasil, já existam mais de 2 milhões de autistas.
Fonte: blogs.oglobo.globo.com
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