Especialistas restauram movimento e função autonômica em pacientes com paralisia completa
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Estima-se que mais de
290.000 pessoas vivem nos Estados Unidos com uma lesão na medula espinhal.
Anteriormente, demonstrou-se que é possível restaurar alguma função em
pacientes jovens e saudáveis até alguns anos depois de ter ocorrido a lesão.
Agora, pesquisadores mostram que a estimulação da medula espinhal pode
restaurar imediatamente alguns movimentos voluntários e funções autônomas, como
cardiovascular, intestinal e da bexiga, após uma lesão paralisante sem qualquer
reabilitação significativa.
“Esta foi uma
oportunidade para usar estimulação epidural, combinar minha formação em
matemática, colaborar com pessoas de várias disciplinas, incluindo engenharia
biomédica e criar um teste verdadeiramente inovador”, diz David Darrow,
residente de neurocirurgia da Escola de Medicina da Universidade de Minnesotae
um dos investigadores principais para o estudo clínico E-STAND. Ele também é
residente em neurocirurgia sênior na Hennepin Healthcare e no Centro Médico da
Universidade de Minnesota. “Queríamos testar os limites dos pacientes. Uma vez
que determinamos que funcionava, passamos a derrubar outras barreiras do
atendimento ao paciente”.
Em um estudo publicado
recentemente no Journal of Neurotrauma, Darrow e seus colegas
fizeram pela primeira vez implantes para estimulação espinhal em pacientes do
sexo feminino que sofreram lesões traumáticas da medula espinhal. Ambos os
pacientes não tinham funções na parte inferior do corpo e a ressonância
magnética mostrava pouca medula espinhal residual ao nível da lesão. As duas
mulheres tinham entre cinco e dez anos de lesão, sendo que esta aconteceu na 5ª
e 6ª década de vida, tornando-as muito próximas do paciente médio com lesão
medular.
“Permitir a alguém
paralisado há mais de 10 anos por lesão na medula espinhal voltar a mexer as
pernas foi um dos maiores momentos da minha carreira”, disse Uzma Samadani,
professor associado do Departamento de Neurocirurgia da Escola de Medicina da
Universidade de Minnesota e neurocirurgião da Hennepin Healthcare. “Sou grato
aos meus colegas pelo seu trabalho mútuo e árduo durante os dois anos que
levaram para ir da ideia à primeira operação.”
Neste estudo, os
pesquisadores expandiram as diretrizes de inclusão de quem poderia receber o
implante para estimulação epidural.
“Acreditamos que estamos
estudando uma população que está muito mais próxima da população geral de
pacientes com lesão medular”, disse Darrow. “Abrimos as portas para muitos mais
pacientes com lesão traumática da medula espinhal.”
“Embora estejamos
empolgados com tudo isso poderia significar para os pacientes, ainda há muita
pesquisa a ser feita, tanto com esta terapia e através de outras vias, muitas
das quais estamos estudando na Universidade de Minnesota”, disse Ann M. Parr,
professora assistente no Departamento de Neurocirurgia da Escola de Medicina da
Universidade de Minnesota. A doutora Parr tem um laboratório ativo de pesquisa
de lesão medular translacional no Stem Cell Institute.
ESCOLA DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DE MINNESOTA
Fonte: revista
Scientific American Brasil
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