Obras de acessibilidade no Senado Federal ficam prontas em Fevereiro
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Plenário do Senado
Federal é reformado para atender pessoas com deficiência e/ou pessoas com
dificuldades de locomoção. As obras são para permitir o acesso à tribuna
As obras de ampliação da
acessibilidade no Plenário e nas comissões do Senado estão sendo finalizadas e
ficarão prontas antes de 1º de fevereiro, data da posse dos novos senadores e
reinício dos trabalhos legislativos. Segundo Márcio Tancredi, diretor-executivo
de gestão, a Casa está criando as condições para que qualquer pessoa com
deficiência em mobilidade possa acessar as tribunas, como está previsto no
Plano de Acessibilidade do Senado, o que beneficiará a senadora eleita Mara
Gabrilli (PSDB-SP).
— Já temos um plano de
acessibilidade. Precisamos que as pessoas com deficiência acessem as tribunas.
Nós temos sessões especiais e comemorativas, com a participação de pessoas que
são obrigadas a falar da plateia. É uma diferença incabível. O acesso de
pessoas com deficiência aos plenários da Casa já estava previsto e está sendo
oportunizado pela chegada da senadora Mara Gabrilli — disse Tancredi.
No Plenário, haverá uma
rampa para permitir o acesso a uma das tribunas, de acordo com Joelmo de
Andrade Borges, diretor da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra). Foi
necessário fazer um tipo de intervenção que não causasse muito impacto visual,
pois o edifício do Congresso é tombado. O Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan), inclusive, teve de se manifestar sobre a reforma.
O trabalho vai além de
simplesmente substituir a escada que leva à tribuna por uma rampa, pois é
preciso garantir inclinação adequada para o cadeirante, conforme regras
definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), lembra o
diretor da Sinfra. Uma estrutura metálica de aproximadamente sete metros está
sendo construída pela equipe de serralheiros e marceneiros da Sinfra, chefiada
por Marcos Fábio de Souza.
A rampa terá uma
cobertura de madeira e revestimento de carpete, além de um rodapé de 6
centímetros de altura. A lateral da estrutura será de fórmica preta. A
previsão, afirma Marcos Fábio, é que a rampa seja instalada na sexta-feira
(25).
Até o início dos
trabalhos, também ficará pronto o sistema de votação adaptado para Mara
Gabrilli, que funcionará conforme o movimento da face. E a bancada do Plenário
que ela ocupará está sendo adaptada para garantir o acesso da cadeira de rodas.
Comissões
Em várias salas de
reuniões de comissões, as obras que estavam previstas no Plano de
Acessibilidade já foram finalizadas. Em todas elas, de acordo com Ronildo Pires
de Almeida Júnior, coordenador de Projetos e Reformas da Sinfra, haverá uma
bancada adaptada para que qualquer parlamentar com deficiência possa utilizá-la
sentado em sua cadeira de rodas.
— Tivemos de fazer
alguns recortes na estrutura da bancada. A solução é reversível. Se necessário,
a gente consegue restabelecer a condição original do mobiliário — esclareceu
Almeida Júnior.
Em cada colegiado foi
construída uma rampa para facilitar o acesso à bancada da Mesa. A Secretaria de
Infraestrutura aproveitou e também construiu uma rampa na área das comissões
destinada ao público externo. A iniciativa beneficiará, além de cadeirantes,
pessoas com deficiência visual.
Serão feitas ainda
adaptações nos banheiros públicos da Casa, pois nem todos são acessíveis.
Gabinete
Mara Gabrilli ocupará o
gabinete que até janeiro foi ocupado pelo senador Zeze Perrella (MDB-MG),
localizado no edifício principal, ao lado da Presidência da Casa, que é mais
próximo ao Plenário. Uma das mudanças a serem feitas garantirá acessibilidade
no banheiro.
— Vai ser um banheiro
mais focado nas necessidades dela, com dimensão que permita a ela fazer
manobras com a cadeira e que tenha barras de apoio. É uma situação atípica,
pois ela necessita de assistência. O banheiro vai ser tratado no âmbito da
reforma do gabinete — afirmou Ronildo.
Demandas
Coordenadora em
exercício do Núcleo de Ações Socioambientais (NCas), Francis Monzo relata que,
no final do ano, a senadora eleita esteve no Senado e, juntamente com
servidores da Diretoria-Geral, Secretaria-Geral da Mesa (SGM) e outras
secretarias, passou por vários locais e apontou aqueles em que ela teria
dificuldade de acesso.
A maioria das demandas
da nova senadora foi contemplada, diz Francis, de acordo com o previsto no
Plano de Acessibilidade do Senado.
— Ela repetiu uma coisa
que é o que a gente pensa. Ela disse: eu não quero nada a mais para mim, eu
quero igual aos dos outros senadores. Os senadores falam da tribuna; por que eu
tenho de falar de baixo? O senador vai sentar ali; por que eu tenho de sentar
do outro lado? — lembrou.
Segundo Francis, foram
realizados dois encontros com servidores da SGM e da Secretaria de Comissões
para conversar sobre acessibilidade e a forma de se relacionar com uma pessoa
com deficiência. Cerca de 50 colaboradores do Senado participaram. O
fundamental, afirma, é perguntar à pessoa com deficiência se ela precisa de
ajuda.
— Geralmente, a gente
não sabe o que fazer e faz alguma coisa sem perguntar. Se ela disser não, ela
não precisa de ajuda mesmo. Tocar na cadeira de rodas apenas se houver
permissão, porque a cadeira é como se fosse o corpo da pessoa. Se você não se
apoia na pessoa, você não pode se apoiar na cadeira de rodas do cadeirante. E
você só mexe na cadeira se a pessoa autorizar.
É importante,
igualmente, afirma Francis, ficar no mesmo nível do cadeirante em caso de
conversas mais longas. Alguém que fique de pé obriga a pessoa com deficiência a
manter a cabeça elevada por um período longo, o que é desconfortável.
Fonte: Agência
Senado
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