Indústria da moda caminha para a acessibilidade
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São profissionais e novas opções de marcas
voltadas para a Inclusão, buscando conforto e beleza para todos
Marca gaúcha promove a causa de pessoas com deficiência |
Roupas
confortáveis, versáteis e que propiciem autonomia: estes são alguns dos desejos
de pessoas com necessidades especiais, que, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), alcançam 6,7% da população brasileira.
O
objetivo da moda acessível é, por exemplo, reduzir o tempo gasto por
deficientes físicos para usar vestuário na maioria das vezes pensado para
consumidores sem deficiências, e, tudo isso, sem perder de vista o design fashion
e alinhado às tendências.
A
estudante de 19 anos, que é também blogger e youtuber, Caroline Bastos, conta
que um dos seus sonhos é incluir pessoas como ela, especiais, no mundo da moda.
"Eu acho que falta amor e aceitação. E é isso que o meu projeto Nós
CapazES tem como objetivo final, que é que as marcas entendam que pessoas com
deficiência precisam ter roupas adaptadas para elas, porque nós também
merecemos nos sentir bonitos, ter auto estima elevada. As marcas que fazem a
moda precisam entender que pessoas com deficiência precisam se sentir bem com o
que vestem".
Adaptar
o vestuário para as necessidades de cada um é uma demanda crescente e que
contempla também os cadeirantes, como é o caso da estudante universitária Ana
Clara Nair, 22. "Eu não acredito que a indústria da moda contemple todas
as minhas necessidades, não existem roupas adequadas para todos. É muito
difícil encontrar roupas que fiquem bonitas e confortáveis e sempre que vou em
algo mais importante, como festa, tenho que mandar fazer o que vou
vestir", revelou a jovem.
Marcas engajadas na
causa dos deficientes entram em cena
O caso da "Divina
Cria", marca de roupas do Rio Grande do Sul, nasce por uma causa maior, a
do menino Arthur Peters, 8, que é autista e tem malformação na face. A empresa
foi criada por Sônia Peters e por Camila Peters, mãe e avó do Arthur,
respectivamente, que a definem como pertencente ao ramo de "moda
colaborativa", vendendo coleções para o público em geral e revertendo
parte do lucro para ações que beneficiam pessoas com deficiências.
As estilistas que
trabalham para a marca são convidadas para lançar coleções e as modelos são
frequentadoras da APAE. Segundo Camila, enfermeira de formação, a proposta da
empresa sul-rio-grandense é de transpor a barreira de preconceito que a
sociedade tem com pessoas especiais.
A mãe do Arthur contou
ainda que muitas mães de filhos com deficiência estão engajadas em promover uma
sociedade melhor. No caso da Camila, a forma escolhida trata do tema de maneira
alegre e leve, buscando evidenciar as características de pessoas com
deficiências dentro de uma coleção de moda.
Segundo o experiente
fotógrafo de conteúdo fashion Marcelo Horta, que também
trabalha para a Divina Cria, moda é um estilo de vida. "Moda não é apenas
só a roupa que vestimos, o sapato que usamos, Moda é um estado de espirito, em
que não se tem como separar as pessoas por cor, raça ou necessidades especiais.
A moda já é uma inclusão por refletir o que somos e como somos", comentou.
Marcelo foi além e
acrescentou que inclusão e moda acessível não são apenas uma tendência, mas uma
necessidade da cidadania e do amor. "Qualquer marca deve pensar que seus
produtos terão acesso por todo e qualquer tipo de pessoa, tendo ela necessidade
especial ou não. As marcas estão percebendo isso, estão enxergando e buscando
aproximar mais para tornar essa inclusão mais humano", finalizou.
A simpatia de Ana Clara e Carol |
Fonte: Folha Vitória
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