Tratamento promissor de infeções devido a lesão da medula espinhal
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Equipe de investigadores da Ohio State University descobriu
um dos mecanismos que leva a lesão da medula espinhal a parar
o sistema imunológico. Esta descoberta abre novos caminhos para o
desenvolvimento de tratamentos para prevenir e reduzir a incidência de infeções
sem o recurso a antibióticos. Os resultados do estudo acabam de ser
publicados no jornal online ‘Nature Neuroscience’.
Os investigadores usaram no estudo ratos de laboratório
com lesões da medula espinhal e resultados de investigações anteriores em que
descobriram que a lesão da medula espinhal faz com que o sistema imunológico
‘pare’ e, portanto, sem capacidade para combater infeções como a
pneumonia.
Os investigadores esclarecem que a pneumonia é a
principal causa de morte em pacientes que sofrem de lesão aguda e crónica da
medula espinhal. A diminuição das infeções por deficiência tem um forte impacto
sobre a vida das pessoas com lesão da medula espinhal.
Jan M. Schwab, investigador
principal do estudo, referiu que “apesar de sua relevância clínica, os
mecanismos subjacentes de como a lesão da medula espinhal causam um fecho imune
sistémico não estão compreendidas”, mas o investigador acrescentou: “Após oito
anos de trabalho, conseguimos identificar um mecanismo totalmente novo que leva
a lesão da medula espinhal a enfraquecer o sistema imunológico”.
No estudo os investigadores demonstraram que a
suscetibilidade à pneumonia espontânea e linfopenia grave após a lesão da
medula espinhal resulta de um reflexo simpático-neuroendócrino inadaptado
envolvendo glândulas adrenais. A linfopenia é um nível anormalmente baixo de
linfócitos ou glóbulos brancos que fazem a gestão da defesa do hospedeiro
microbiano.
Os pacientes paraplégicos, para além da paralisia
motor-sensorial, também experimentam uma paralisia do sistema imunológico,
assim, a descoberta da “paralisia do sistema imunológico” devido a lesão da
medula espinhal, e dos seus mecanismos subjacentes, representa, no entender dos
investigadores, um passo importante para se vir a melhorar o tratamento dos
pacientes com lesão medular.
Representação estilizada da via de sinalização
descoberta, ativa após a lesão da medula espinhal, que vê o sistema nervoso
central lesionado usar a produção de hormônio adrenal para potencialmente
perturbar o sistema imunológico de forma a causar infeções graves. Foto: The
Ohio State University Wexner Medical Center
Jan M. Schwab indicou que com base nas novas descobertas,
“a hipótese de que uma terapêutica normalizada de desequilíbrio de
glicocorticóides e catecolaminas em pacientes com lesão medular, pode ser uma
estratégia promissora de tratamento”.
“Isso pode levar a novos tratamentos, sem antibióticos,
para prevenir ou reduzir infeções em pacientes que sofrem com estas lesões,
reduzindo a incapacidade e a mortalidade”, referiu Jan M. Schwab, neurologista
e médico do Instituto Neurológico The Ohio State, e como investigador trabalhou
neste estudo em colaboração com investigadores de vários institutos da
Alemanha, com a University of Alabama, em Birmingham, aHarvard
Medical School e o Boston’s Children’s Hospital.
No estudo os investigadores indicam que “a interrupção
das fibras nervosas nas glândulas suprarrenais por transecção torácica de nível
alto, mas não de nível baixo, resultou em supressão quase completa dos níveis
circulantes de norepinefrina e estimulação profunda dos níveis sistémicos de
corticosterona”, e que “descobertas idênticas foram observadas em pacientes
humanos com lesão traumática completa da medula espinhal.”
Esta descoberta é de grande importância “dado que as
infeções são altamente prevalentes nos pacientes com lesão da medula espinhal,
e os ortodoxos tratamentos antibióticos começam a perder sua eficácia com o
tempo devido ao desenvolvimento de resistências.”
Fonte: www.tveuropa.pt
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