Universidade do Rio desenvolve livro digital para pessoas com deficiência
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Universidade do Rio
desenvolve protótipo de livro didático digital para estudantes com deficiência
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A adaptação de livros didáticos
tradicionais para estudantes cegos, surdos, com deficiência intelectual e
autismo vem sendo desenvolvida pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (UFFRJ) a partir de um projeto do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(Unicef) e da organização não governamental (ONG) Movimento Down, iniciada em
2014. O livro vem sendo desenvolvido no Brasil por pesquisadores do
Observatório de Educação Especial e Inclusão Escolar (ObEE) da UFRRJ.
A universidade conta com uma equipe
interdisciplinar, formada por pesquisadores de diferentes instituições do
estado, como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o Colégio Pedro
II, a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), envolvendo as áreas de
educação e tecnológica. “Estamos com o protocolo pronto. e já em fase de compra
de materiais. O dinheiro foi liberado só agora. Estamos adquirindo os tablets, informou hoje (19) à Agência Brasil a
coordenadora do grupo de pesquisa do departamento, Márcia Pletsch.
O observatório está formando, 200
professores de educação especial nas redes de ensino de oito municípios da
Baixada Fluminense (Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis,
Mesquita, Japeri, Queimados e São João de Meriti). Eles participam do curso de
extensão Ensino e Aprendizagem para Estudantes com Deficiência: Estratégias
Curriculares e Recursos Tecnológicos, iniciado em fevereiro, que
aborda tecnologia, desenho universal, acessibilidade, inclusão, desenvolvimento
humano.
Em campo
O livro didático digital vem sendo
desenvolvido na perspectiva da metodologia do Desenho Universal para a
Aprendizagem (DUA). A ideia é começar a aplicação do projeto-piloto em agosto.
Alguns dos professores serão selecionados para turmas de alunos cegos, surdos,
com autismo e deficiência intelectual. “Temos que ir para as escolas, no
contexto real das salas de aula, para validar o protocolo”, disse Márcia.
Escolas de 16 municípios que já
haviam estabelecido parceria anterior em projeto sobre deficiência intelectual
tiveram prioridade. De acordo com Márcia, serão estudados quatro casos de cada
deficiência. Um protocolo ético e metodológico na área de humanas será seguido,
incluindo autorização das famílias para filmagens.
A equipe de pesquisadores da UFRRJ e
da Uerj vai atuar junto aos professores, acompanhando a aplicação do livro
digital nas salas de aulas. Márcia Pletsch lembrou que. para garantir
acessibilidade a todos, o projeto observa especificidades teóricas de linguagem
e construção do desenvolvimento cognitivo dos diferentes tipos de deficiência.
O projeto é pioneiro e inédito,
“inclusive internacionalmente”, ressaltou a coordenadora. “Se conseguirmos
acessibilidade para um livro didático digital na Baixada Fluminense,
conseguiremos em qualquer lugar do planeta”. Caso o projeto seja validado,
poderá ser replicado em qualquer lugar do mundo. “A proposta é validar o
projeto do Unicef e fazer uma devolutiva para o órgão das Nações Unidas”. O
Unicef Brasil está acompanhando a aplicação.
Audiências públicas
Após o trabalho em campo, previsto
para o final de outubro, o Observatório vai submeter o piloto do livro à
aprovação em audiências públicas, abertas às comunidades, com participação de
adultos com deficiências e especialistas das áreas. O objetivo é elaborar um
conteúdo que possa orientar a produção de livros digitais acessíveis.
As audiências devem começar em
janeiro, depois do trabalho interno dos pesquisadores. Para o projeto piloto,
foi selecionado o livro didático mais escolhido do Programa Nacional do Livro
Didático, de 2015. O conteúdo foi transformado para se tornar acessível aos
quatro níveis de deficiência, e ser inserido em tablets, para escolas. A partir da validação, a
universidade poderá solicitar o registro de patente do protótipo.
Fonte: Isto é
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