Acessibilidade é tema de discussão entre entidades e indústria do Turismo
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Na ordem: Gustavo Hamam, Dilson Jatahy Fonseca Junior, Manuel Gama, Luigi Rotunno, Bruno Mahfuz, Mara Gabrilli e Ricardo Shimosakai |
Os encontros se seguem
entre as entidades de turismo e as que representam os portadores de
deficiências físicas liderados pela Dep. Mara Gabrilli. Todos unidos em prol de
um turismo mais sustentável e acessível para as pessoas com dificuldades de
locomoção, o assunto permanece complexo. A luta da Deputada Mara Gabrili para
explicar a importância do Desenho Universal da Acessibilidade é árdua. Com a
colaboração da Arquiteta Silvia Cambiaghi, foi elaborado um novo conceito do
Desenho Universal com um olhar inovador, mostrando uma forma mais integrada da
acessibilidade, evidenciando fatores estéticos e principalmente tecnológicos.
A acessibilidade é um
conceito que abrange cada vez mais o turismo, pois não se trata unicamente de
pessoas portadoras de deficiências, mas de um número crescente de idosos que
têm dificuldades de se locomover e acabam integrando o número de viajantes que
precisa de estruturas físicas específicas e profissionais capacitados para poder
viajar.
O Brasil não pode se dizer
um modelo neste aspecto, com lacunas presentes por todo lugar: calçadas, locais
públicos, transporte, os obstáculos são tantos que na maioria das vezes, a vida
das pessoas com dificuldades de locomoção se transforma num verdadeiro
pesadelo. “A própria Câmara dos Deputados não tinha um elevador para
cadeirantes poderem subir no púlpito de onde são feitos os discursos”, diz a
Dep Mara Gabrilli, “foi uma luta para exigir que um elevador fosse instalado
permitindo que possa falar do local devido”.
Os representantes da
hotelaria sabem que as adaptações das cidades de forma a oferecer uma melhor
acessibilidade para todos são justas e ainda atendem um público em constante
aumento, que viaja cada vez mais. Transporte público e privado, calçadas, ruas,
praças, bancos, lojas, hospitais, restaurantes, consultórios, escritórios, tudo
tem que ser, gradativamente, adaptado de acordo com os critérios da
acessibilidade para uma vida melhor para todos, portadores de necessidades
especiais, idosos, crianças, enfim uma melhora global da mobilidade e
acessibilidade.
Esse processo é gradual em
todos os setores, entretanto, a Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015, assim
como formulada, preocupa os hoteleiros. De forma rígida, estabelece que, a partir
do dia 01/01/2018 todos os hotéis do Brasil deverão possuir 10 % dos
apartamentos adaptados para deficientes físicos. Medida impossível de ser
realizada, afirma a hotelaria, que até concorda com essa quantidade para novos
projetos, mas contesta a medida para a adaptação dos hotéis existentes.
No mundo temos exemplos
como a da Itália, que prevê o 5% de quartos adaptados, e Londres que,
considerada uma cidade exemplo em termos de acessibilidade, está tentando
alcançar o 7% de apartamentos sem barreiras em 2030. Nos Estados Unidos, a
legislação determina o índice em 2%. Na França, existe uma proporção por número
de quartos, podendo atingir um máximo de 4% por empreendimento. Madrid adota
sistema similar ao francês, mas com um percentual máximo inferior a 2,5%.
A que serve ser tão
exigentes com os hotéis, se fora dos mesmos os outros fatores que envolvem uma
viagem não acompanham essa evolução. Além de um projeto gradativo no aumento de
5 para 10% de número de quartos para deficientes físicos, deveríamos pensar num
planejamento global que passa em primeiro lugar pela conscientização e mudança
de cultura do próprio governo perante a acessibilidade. O poder privado não
pode suportar tal carga financeira sozinho, sem financiamento adequado, ou
planejamento conjunto com o poder público.
A hotelaria pede
flexibilidade e prazo, alega que não vai conseguir respeitar essa lei, nos
termos atuais, e, portanto, vai ser sujeita a atuações do Ministério Público
que pode impor sanções econômicas severas. Por outro lado, os defensores da
acessibilidade mostram rigidez e argumentam muito bem as necessidades. Qual
será o desfecho desse novo imbróglio para a hotelaria? Vamos ver.
Fonte: Revista Hotéis
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