UEL adapta provas de concursos para ajudar PCD
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Testes
especiais são elaborados conforme solicitação de candidatos.
Para
cegos, gráficos são construídos com diferentes materiais.
Passar
no vestibular ou em um concurso público não é uma missão fácil, e se há algum
tipo de limitação, essa tarefa pode se tornar ainda mais difícil. Mas, a
Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, tem feito provas
adaptadas para pessoas que têm algum tipo de deficiência. Isso ajuda muito no
processo da conquista por uma vaga.
O
toque revela as formas e as curvas. O gráfico foi adaptado e ganhou legenda em
braile. A prova realizada por Guilherme Almeida, estudante de educação física,
foi feita para ser sentida.
“Consigo
fazer a prova porque eles [organização] proporcionaram a prova de forma plena.
Consigo fazer cada questão com tranquilidade, com os recursos, com tudo o que
eu preciso para fazer uma prova em igualdade com todos os outros candidatos do
concurso”, diz o estudante de educação física.
O
estudante tem apenas 3% da visão no olho direito. Ele fez o concurso público da
Câmara de Vereadores de Londrina no domingo (29) e concorre a um cargo em que
há uma vaga reservada para pessoas com deficiência. Dos 12 mil inscritos no
concurso, 300 tiveram um atendimento especial por causa de limitações físicas,
como audição ou visão.
Para
produzir as provas adaptadas, conforme a deficiência relatada pelo candidato,
os elaboradores precisam ter criatividade e rigor técnico para que o gráfico
original seja reproduzido com fidelidade. O trabalho é preparado sob demanda: o
candidato tem que solicitar a prova com alto-relevo, em braile ou em tamanho
ampliado.
“Nós
convidamos um professor que saiba lidar com esse material, um especialista na
área, e que sempre nos auxilia”, diz a diretora pedagógica da Coordenaria de
Processos Seletivos, Sandra Barbosa.
Quem
participa da elaboração diz que as provas adaptadas dão mais autonomia aos
candidatos com deficiência.
“É
a possibilidade que o candidato tem dele, sozinho, fazer a leitura das questões
e alternativas quantas vezes ele achar necessário”, pontua o assessor
pedagógico Luiz Melo.
Os
gêmeos André e Anderson Alcântara perderam a visão quando ainda eram crianças.
No fim do de 2016, prestaram o vestibular da UEL, mas não sabiam que podiam
fazer a prova em braile e com gráficos em alto-relevo. Eles realizaram o teste
com a ajuda de um leitor. O André foi aprovado no curso de letras.
“Foi
uma surpresa, porque achei que tinha ido mal na segunda fase, então não estava
muito confiante”, conta o estudante André de Alcântara.
O
Anderson prestou vestibular para jornalismo, e infelizmente não conseguiu
passar. Agora, ele faz planos para o próximo desafio.
“Se
tem essa chance tem que aproveitar. Vou fazer de tudo para conseguir fazer o
cursinho e entrar na faculdade desta vez”, declarou Anderson de Alcântara.
Os
gêmeos provam que com vontade, as dificuldades podem ser superadas. Já com as
provas adaptadas fica um pouco mais fácil enfrentar a concorrência feroz dos
concursos e vestibulares.
”
Esses recursos não foram feitos por pessoas que têm deficiência, mas eu vejo
que eles conseguiram se colocar no lugar de uma pessoa como eu”, finaliza
Guilherme Almeida.
É
o futuro na ponta dos dedos.
Fonte: G1
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