Saiba como os cães são preparados para atuarem como guias
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Foto: Shutterstock
Legenda:Cães treinados podem guiar seus guardiões por até 12 anos
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Segundo
dados divulgados em 2015 pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo
IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, o Brasil possui aproximadamente 7
milhões de habitantes com algum tipo de deficiência visual. Desses, mais de 1
milhão têm limitação intensa ou muito intensa e são impossibilitados de
realizar atividades rotineiras, como ir à escola, trabalhar e fazer compras,
sem a ajuda de outra pessoa ou de um amigo muito mais fiel: o cão-guia, que,
mesmo tão importante, ainda existe em uma quantidade extremamente pequena em
nosso país.
A
Secretaria Especial de Direitos Humanos, do Ministério da Justiça, estima que
existam apenas cerca de cem cães-guias espalhados por todo o território
nacional. “Esse número reduzido se deve à ausência dessa cultura no Brasil, motivada
por fatores como o alto custo do treinamento dos animais e, principalmente,
pela falta de famílias voluntárias para recebê-los durante o período de
adaptação”, explica George Harrison, especialista do Instituto Magnus.
Embora
a maioria das pessoas não saiba, a preparação desses pets vai muito além de um
simples treinamento temporário: são necessários meses de convivência com as
chamadas “famílias acolhedoras”. Desde os três meses de vida até por volta de
um ano e meio, o animal passa por uma socialização com essas pessoas, que ficam
responsáveis por apresentá-lo às mais diversas situações do dia a dia, como
lazer, viagens, transporte público e a convivência com crianças.
“As
famílias acolhedoras precisam seguir uma série de procedimentos e, principalmente,
passar grande parte do dia com os cães. Isso é fundamental para que a
sociabilização seja feita da maneira correta e a pessoa com deficiência visual
receba um animal capacitado a guiá-lo em todas as situações”, acrescenta Moisés
dos Santos Junior, também especialista do Instituto Magnus.
Ao
final do período de adaptação, o cão é devolvido para o centro de treinamento,
onde aprende os comandos básicos para assumir o seu papel junto a seu guardião.
A partir daí, ele passa a usar a guia e colete com alça rígida, que serve para
comunicação com o humano. “Dessa forma, o pet vai assimilar que está
trabalhando quando usar o acessório e que, quando não estiver, pode brincar à
vontade”, conta Harrison.
Depois
de habituado com os novos equipamentos, o pet já começa a adaptação junto ao
seu futuro dono, com quem vai conviver muitos anos – há casos de animais
que atuaram como guias até os 12 anos.
Todo
o processo ocorre por meio de metodologias validadas para que haja perfeita
harmonia entre o cão e seu novo guardião, que vão viver as histórias de suas
vidas, com muito companheirismo e amor.
Fonte: Revista Incluir
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