Bacharel com paralisia cerebral é aprovada na OAB-PE
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Melissa Campello teve paralisia cerebral ao
nascer, mas isso nunca a limitou. Formou-se em direito em 2015 e agora integra
a Ordem dos Advogados
Por Marcionila Teixeira
Melissa Campello desafia prognósticos desde
seu nascimento, em 14 de setembro de 1991. Naquela data, chegou a ser condenada
por um médico a sobreviver como um “vegetalzinho”. O diagnóstico aconteceu após
ela passar por um parto difícil e prematuro ao lado da irmã gêmea. Mel cresceu,
venceu o bullying, a falta de acessibilidade para o cadeirante, os comentários
preconceituosos sobre sua condição de pessoa com paralisia cerebral. Na última
sexta-feira, superou uma outra etapa. Passou com 8.6 no 18° Exame de Ordem
Unificado, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Para conquistar a boa nota, Mel
matriculou-se em um curso preparatório puxado. Foram dias e horas dedicadas ao
estudo.
“Achei a prova fácil. Durante o teste,
ainda podia usar mais uma hora, mas acabei antes”, explicou. Um fiscal
transcrevia e gravava as respostas de Mel. “A ajuda de minha professora
Schanmkypou Bezerra foi fundamental”, disse.
Durante a preparação, Mel chegou a ouvir de
alguns professores: “Você já fez muito concluindo o curso de direito”. Como se
a aprovação na OAB fosse algo inalcançável. “Minha filha é uma gladiadora, uma
guerreira, fortaleza, exemplo de coragem para muita gente que fica inventando
desculpas para não seguir crescendo”, elogia a mãe.
Mel formou-se em direito pela Faculdade
Guararapes no ano passado. Essa é a segunda vez que tenta a OAB. Na primeira,
ficou nervosa e voltou para casa sem fazer as provas. Agora pretende estudar
para concurso público.
A paralisia cerebral de Mel não resultou em
comprometimento cognitivo, apenas motor. Como não conseguia escrever, na escola
alfabetizou-se usando uma máquina de escrever, hoje substituída por um
computador.
A história de Mel foi contada no Diario
pela primeira vez em 15 de março do ano passado. Na época, ela preparava o
trabalho de conclusão de curso, com o tema A inclusão da pessoa com deficiência
física no mercado de trabalho.
Mel passou no 18º exame da OAB, onde 124
mil pessoas se inscreveram para fazer os testes, divididos em duas etapas.
Na primeira, os candidatos fazem uma prova
de múltipla escolha. Na segunda, a prova é discursiva. O teste é feito pelo
menos três vezes por ano. Apenas estudantes cursando o último ano de direito e
pessoas já formadas podem se inscrever. A aprovação permite que o bacharel em
direito seja inserido nos quadros da OAB como advogado ou advogada.
Fonte:
Curiosamente
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