Virando a página do preconceito
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Com o auditório externo lotado, o Superior Tribunal
de Justiça (STJ) celebrou nessa quinta (17) o lançamento da Ação Síndrome de
Down como parte do Programa Semear Inclusão. Na oportunidade, foi
oficializada a contratação de 11 pessoas com síndrome de down, que irão
realizar serviços de higienização e conservação de acervos no Laboratório de
Conservação e Restauração de Documentos (LACOR) e outras atividades em
gabinetes de ministros.
Fernando César do Tocantins Filho, um dos
contratados, afirmou que está satisfeito com o trabalho que é realizado. “Nós
colocamos luva e máscaras para cuidar dos processos”.
No evento, foi firmada a parceria entre o Tribunal
e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae/DF).
O projeto propõe colocar em prática ações de inclusão de pessoas com
deficiência no mercado de trabalho.
Na abertura, a vice-presidente do STJ, ministra
Laurita Vaz, saudou e agradeceu a presença de todos e exaltou o desempenho do
senador Romário Faria na luta pela inclusão das pessoas com deficiência. “Desde
que deixou os campos de futebol para se dedicar à política no Legislativo
Federal, tem revelado o mesmo brilhantismo de outrora. Minhas sinceras
homenagens a este homem que nos fez feliz no esporte e agora no meio político”,
declarou a ministra.
Trabalho especializado
A ministra Nancy Andrighi, que está à frente do
plano de inclusão de pessoas com síndrome de down nos quadros de
prestadores de serviços do STJ, saudou os novos contratados. “Eles vão
cuidar da parte mais importante desta Corte, os nossos livros. Os serviços de
conservação e higienização dos acervos serão realizados exclusivamente por
rapazes e moças que apresentam a síndrome de down”.
Segundo ela, a sociedade ainda não está apta para
acolher este segmento da população brasileira. “Com a chegada da Lei Brasileira
de Inclusão, vivemos um momento muito especial neste país, pois ela oferece às
pessoas com deficiência a oportunidade de exercerem seus direitos sociais e
também reconhece que é dever da sociedade se preparar para recebê-los com
alegria, respeito e dignidade”, pronunciou.
Mais dignidade
O senador Romário Faria foi o relator, no Senado
Federal, da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (n. 13.146, de
6 de julho de 2015) e tem uma filha com down. Ele acredita que o
trabalho representa a conquista de uma vida plena, reforça a autoestima e
possibilita uma maior autonomia. “As pessoas com down são capazes de
contribuir para uma sociedade e o meu sonho é que quando minha filha crescer,
escolha uma profissão e trabalhe, assim como a partir de hoje muitos farão aqui
no Tribunal", disse o senador.
Mudança de paradigma
A coordenadora do Programa Semear Inclusão e uma
das idealizadoras do projeto, Simone Pinheiro Machado conta que não é fácil
modificar o serviço público, mas é possível. “A casa está feliz pelo lançamento
do novo contrato e pela nova etapa que conseguimos concluir”, afirmou a
servidora.
De acordo com a chefe do Laboratório de Conservação
e Restauração de Documentos (LACOR/SED), Solange de Brito, os novos contratados
farão higienização de documentos, desmetalização, acondicionamento,
planificação, organização e outras atividades decorrentes da higienização.
Para Heloísa Rocha, lotada na Seção de Documentos
Administrativos (SEDAD/SED), a iniciativa do STJ na contratação de pessoas com
necessidades especiais pode servir de exemplo para outros órgãos investirem em
trabalhos como esse. “É muito importante para as famílias e para eliminar o
preconceito com as pessoas com deficiência”, observa.
Entre os convidados, estavam os ministros do STJ
Paulo de Tarso Sanseverino, Moura Ribeiro, o ministro do Superior Tribunal
Militar (STM) José Barros Filho, além do diretor-geral, Miguel Augusto Fonseca
de Campos.
Para refletir
A emoção tomou de conta do ambiente e os protocolos
foram colocados de lado. “Essas pessoas nos fazem sair melhores do que quando
entramos”, finalizou a vice-presidente.
Educacionais
Anísio Teixeira.
Dedicação
e organização
Desde
o início de setembro, uma equipe de 11 pessoas com Síndrome de Down presta
serviços no Laboratório de Conservação e Restauração de Documentos (LACOR/SED)
e em gabinetes de ministro.
No
LACOR, oito dos novos colaboradores exercem funções de higienização e
acondicionamento de documentos, livros e outras publicações. Os demais foram
lotados em gabinetes de ministros. A chefe
do laboratório, Maria
Solange de
Brito e Silva, revela estar muito satisfeita com o empenho deles: “Eles são
minuciosos, caprichosos e organizados, além de sempre quererem fazer tudo
certo”.
Mais
informações com a Assessoria de Eventos Institucionais, pelos ramais 6212, 6805
ou 9947.
Fonte: STJ
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