Jornal Nacional - Japão usa simplicidade e mostra respeito aos cidadãos com deficiência
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Na última reportagem da série sobre
deficientes, o JN mostra que a solução para respeitar os direitos pode vir de
ideias bem simples.
O Jornal Nacional mostrou, nesta semana, várias
dificuldades para os brasileiros que têm algum tipo de deficiência. Neste
sábado (19), na última reportagem da série, você vai ver que a solução pode vir
de ideias bem simples. É o que ensina um país conhecido pela tecnologia de
ponta.
Sinal de trânsito sonoro para ajudar na travessia de
deficientes visuais muita gente já conhece. Mas em Tóquio, o barulhinho
também dá outra informação para quem se orienta andando pela cidade. O som de
cuco indica que está se seguindo na direção norte-sul. Já o piu do passarinho,
mostra que é leste-oeste. É um detalhe, mas provoca no Roberto uma declaração
daquelas. “O Japão é
um país ótimo para uma pessoa deficiente ter liberdade”, diz.
Roberto Sasaki ficou cego há nove anos, depois de um
acidente de carro. Ser livre pra ele é poder circular a vontade pelo país que
ele escolheu para viver.
A capital japonesa é acessível para pessoas com
qualquer deficiência. Piso tátil por toda parte. Informações em braile também.
Nos locais públicos, como parques, há sempre um banheiro adaptado. Para os
cadeirantes, calçadas planas, sem buracos e com rampas suaves para atravessar a
rua.
O japonês é famoso por resolver seus problemas com
tecnologia de ponta. Mas o que a gente percebe é que na questão da
acessibilidade contam muito respeito, boa vontade e, muitas vezes, medidas
simples.
Para alguém numa cadeira de rodas, chamar um elevador
pode ser difícil. O botão fica muito alto. Por isso, um pouco mais baixo, tem
um outro botão. Só para cadeirantes. Yuriko Oda começou a sentir os efeitos da
distrofia muscular há 12 anos. E a cidade adaptada a ajudou a enfrentar o medo.
Ela diz que numa cadeira de rodas a gente fica mais baixo que as outras
pessoas. E encarar uma rua movimentada, no começo, assusta.
Pode ser de madeira ou de um material mais resistente.
Rampas simples permitem o acesso aos ônibus, todos baixos, sem degraus. E por
isso sem necessidade de elevador hidráulico, maquinário, para levantar uma
cadeira de rodas. O motorista prepara tudo rapidinho. E está feito o embarque.
Yuriko adora passear sozinha. Ela reúne as descobertas
que faz sobre acessibilidade em um blog na internet. No metrô, já sabe que o
atendimento é especial. Ela diz onde vai saltar e o funcionário liga para a
estação de destino. Vai ter alguém esperando.
Na plataforma para entrar no vagão, a rampinha também é
usada. Ou nem isso. Há casos em que praticamente não há vão – buraco entre o
trem e a plataforma. Para desembarcar, lá está o outro funcionário a postos com
a rampa.
Muita tecnologia ou pouca tecnologia. O mais importante
está no que o Roberto diz: “Não adianta você ter uma sinalização no chão ou um
sinal sonoro, se as pessoas não te respeitam. O começo de tudo é a educação da
população. Em questão de querer ajudar o próximo. E não querer atrapalhar ou
tirar proveito”.
Fonte: G1
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