Paraplégica faz ensaio fotográfico para mostrar que pessoas com deficiência são sensuais.
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Rachelle Friedman Chapman fez questão que o
cateter aparecesse em todas as fotos do ensaio.
RIO — No dia 23 de maio de 2010, a vida de
Rachelle Friedman Chapman sofreu uma reviravolta. A jovem, então com 24 anos,
estava em sua festa de despedida de solteira quando uma de suas amigas — e
madrinha de casamento — a empurrou em uma piscina. O que era para ser uma
brincadeira, se transformou em tragédia. Com o impacto da queda, Rachelle
fraturou o pescoço e ficou paraplégica do peito para baixo. Nesses cinco anos,
ela se casou, teve uma filha (por gestação por substituição) e se tornou uma
conhecida ativista, mas ainda luta para lidar com questões ligadas à imagem do
seu próprio corpo. Por isso, ela criou a campanha #WhatMakesMeSexy, com um
ensaio fotográfico para mostrar que pessoas com deficiência também podem ser
sensuais.
“Eu vejo na mídia o aparente esmagador
consenso de que as pessoas com deficiência não podem amar, são assexuadas e não
podem ser sexy. Eu queria fazer algo não apenas para a minha autoconfiança, mas
para qualquer pessoa que esteja na minha situação e ache não pode ser bonito
por causa de uma deficiência”, escreveu Rachelle em sua página no Facebook.
Por causa da paralisia, Rachelle usa um
cateter para esvaziar a bexiga, o que aumenta o impacto sobre sua autoestima.
Mas ela fez questão de que ele aparecesse em todas as fotos do ensaio.
“A paralisia é parte de mim, o cateter é
parte de mim, mas não são tudo de mim”, afirmou a ativista.
O ensaio foi realizado no Revolution
Studios, em Cary, na Carolina do Norte. Uma das fotos da campanha, publicada no
Facebook no dia 27 de julho, já teve 16 mil “curtidas” e quase 5 mil
compartilhamentos. Em entrevista à revista “People”, Rachelle contou que,
intencionalmente, não colocou a cadeira de rodas nas fotografias.
“Eu acho que às vezes as pessoas veem uma
cadeira de rodas e têm a percepção que a pessoa não é atraente”, disse ela. “Eu
realmente acredito que se as pessoas pudessem olhar além das rodas, poderiam
ver alguém atraente”.
O figurino do ensaio foi escolhido por
Rachelle e seu marido, Chris, que era o seu noivo na época do acidente.
“Estou fazendo isso para mostrar que somos
seres capazes, sensuais e não devemos ser negligenciados”, afirmou Rachelle.
“Eu não estou glamorizando a deficiência. Minha paralisia é uma parte terrível
da minha vida e eu torço por uma cura. Mas, nesse meio tempo, eu preciso me
amar”.
Fonte: O Globo
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