Projeto brasileiro para deficientes visuais recebe prêmio mundial
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Um projeto realizado por uma equipe de
brasileiros está entre os vencedores do prêmio The World Summit Youth Award,
competição global entre jovens desenvolvedores. A cerimônia de entrega de
prêmios ocorreu na noite dessa quarta-feira (17).
Desenvolvido por pesquisadores pernambucanos
e coordenado pelo cientista da computação, Marcos Penha, o projeto brasileiro é
um óculos para pessoas com deficiência visual, que funciona em auxílio à
bengala. O acessório conta com protótipo que custou cerca de R$ 45 e identifica
obstáculos acima da linha da cintura da pessoa, região que normalmente não é
alcançada pela bengala.
Assim que o aparelho detecta um obstáculo,
ele emite um sinal que aumenta quando o objeto se aproxima. O sinal é sentido
por meio de vibrações de uma pulseira ou colar, como o toque de um telefone em
modo vibracall. A intensidade da vibração pode ser regulada de acordo com a
sensibilidade de quem usa o aparelho.
“Inicialmente, queríamos desenvolver um
óculos que substituísse a bengala-guia. Quando fomos a campo, mudamos o
projeto. Os cegos não queriam deixar a bengala. É o senso tátil deles. Por
isso, tem um peso psicológico muito grande”, destacou Emily Shuler, que
participa da equipe de desenvolvimento.
Testes
A partir de testes com 276 pessoas com
deficiências visuais, em sua maioria da Associação Pernambucana de Cegos, os
pesquisadores constataram que a bengala não conseguia identificar obstáculos
acima da linha da cintura. “Com a bengala, eles reconhecem um pneu, mas acham
que é um carro. O carro tem uma certa altura e, se for um caminhão, eles vão em
frente e batem. Isso ocorrre também com os orelhões”, explicou Penha,
coordenador do projeto.
Os desenvolvedores perceberam que
precisavam de um dispositivo barato, já que aparelhos similares, como a bengala
eletrônica, que também funciona com sensores, tinha custo muito elevado e tinha
de ser importada. “Para um deficiente visual importar, é um processo
complicado. Quando avaliamos, os valores chegavam a R$ 3 mil ou R$ 4 mil. E um
cão-guia pode custar R$ 25 mil”, lembrou o coordenador.
Produção em escala industrial
Os pesquisadores do projeto brasileiro,
denominado Annuitwalk, buscam investidores para conseguir produzir os óculos em
escala industrial. “Nosso projeto não é relacionado a uma universidade. Foi
algo independente. Cada um com seu conhecimento, com algo a trazer, a
contribuir. Foi um projeto bem colaborativo. Já estamos com o sexto protótipo
pronto”, informou Marcos Penha.
Para Lucas Foster, fundador da ProjectHub,
rede global de economia criativa, parceira do prêmio internacional, o projeto
brasileiro vencedor é uma demonstração do potencial inovador do País,
principalmente nas áreas da inclusão social, acessibilidade, diversidade
cultural e sustentabilidade.
Reconhecimento
A iniciativa premia empreendedores digitais
com menos de 30 anos que elaboram projetos na internet e tecnologia móvel
baseados nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Organizações das
Nações Unidas (ONU).
O prêmio recebido pelos brasileiros
reconhece projetos com potencial de impacto nas metas da ONU em seis diferentes
categorias: luta contra a pobreza, fome e doença, educação para todos,
empoderamento das mulheres, valorização da cultura local, meio ambiente e
sustentabilidade e busca da verdade.
Fontes: Portal Brasil, com informações da
Agência Brasil
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