Pessoas cegas pedem informação em braile em terminal de ônibus em SP
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Situação em Itapetininga (SP) gera
reclamações sobre falta de orientação. ‘Acessibilidade é dar autonomia com
independência’, ressalta pessoa com deficiência.
O terminal de ônibus de Itapetininga
(SP), localizado no Centro, tem piso tátil, utilizado como guia para pessoas
com deficiência visual, porém, falha na falta de um cronograma de ônibus com
informações em braile, reclama Wesley Gamaliel, que tem deficiência visual e é
presidente do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência.
De acordo com Gamaliel, com a falta de
informações as pessoas com deficiência precisam da ajuda de outros usuários
para poder pegar o transporte público. “A acessibilidade tem que ser universal.
Então, a partir do momento que tenho o piso tátil, mas não tenho a informação
braile, para saber qual ônibus pegar no ponto, não é acessibilidade.
Acessibilidade é a gente dar autonomia para a pessoa com deficiência, seja
intelectual, visual, física, ou auditiva, a fazer o máximo que puder com
independência.”
A Prefeitura e a empresa responsável pelo
transporte público na cidade, Rosa Turismo, não responderam sobre a reclamação
e sugestão do usuário com deficiência até a tarde desta quinta-feira (28).
No município há outras reclamações sobre
falta de acessibilidade. O atleta de goalball e deficiente visual, Rafael
Tavares, aponta que obstáculos atrapalham o tráfego pelas calçadas no Centro.
“Podemos bater a cabeça, machucar o rosto e ferir os joelhos nos bancos. Quando
não existe piso tátil os riscos aumentam ainda mais”, afirma.
Para a dona de casa Gisele Caprara, caminhar
pela área central é um desafio, afinal, o local é cheio de carros e motos. A
deficiente visual lembra que precisa de ouvidos atentos ao atravessar as ruas.
“Nem sempre as pessoas estão prontas para ajudar e às vezes é preciso
arriscar”, conta.
Desafios dos cadeirantes
Os deficientes físicos também têm muitas dificuldades pra poder circular pelas
ruas centrais. As calçadas esburacadas atrapalham o caminho e muitas vezes a
cadeira de rodas não passa. O mecânico Joaquim Pi ressalta também que as más
condições das rampas tornam o trajeto ainda mais difícil. “A rampa precisa ser
mais reta, senão acaba atrapalhando. Fico muito triste com isso porque a gente
(deficientes) se sente isolado”, reclama.
A Prefeitura de Itapetininga informa que a
Secretaria de Obras conta com nove fiscais que vistoriam se as calçadas estão
de acordo com as leis municipais de acessibilidade, ou seja, a calçada não pode
ter no sentido transversal degraus e rampas superior a 5%, deve ser revestida
com material firme, estável e não escorregadio. A calçada deve obedecer o
caimento das guias, diz ainda o Executivo.
Fonte: G1
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