Bahia tem apenas uma clínica especializada em autismo

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O autismo faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de transtorno invasivo do desenvolvimento

por Chayenne Guerreiro

No mundo, a ONU - Organizações das Nações Unidas, estima que existam mais de setenta milhões de pessoas autistas. No Brasil, são cerca de dois milhões de indivíduos com esse diagnóstico, porém, metade deles, não passa por tratamento, por não ter conhecimento sobre a doença. 

Na Bahia, o Centro Pestalozzi de Reabilitação, única clínica do estado especializada no diagnóstico, possui 270 pessoas passando por tratamento, desses, 70% são crianças com autismo. Comemorado ontem (2), pela Fundação José Silveira, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, realizou diversas ações com o objetivo de alertar para a importância do exame precoce e das terapias adequadas.

O autismo faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de transtorno invasivo do desenvolvimento (TID). Compromete a comunicação, a socialização e o comportamento do indivíduo. “O autismo é um transtorno de desenvolvimento e afeta três áreas principais da criança, que é a capacidade de aprendizagem, comunicação e interação, por isso, eles tem uma grande dificuldade de convívio social,” explicou o Coordenador do Centro Pestalozzi, unidade da Fundação José Silveira, Rogério Gomes.

Quem possui o transtorno, sofre com a alteração da sensibilidade tátil, hiperatividade e rejeição ao toque, entre outras. “Os sintomas principais: d0ificuldade de manter contato visual, não tem medo do perigo por não ter noção dele, eles utilizam muito o adulto como ferramenta, por exemplo, se precisa beber água ele vai pegar a mão da mãe e levar até a garrafa de água, além da dificuldade de interagir com outras crianças, ele prefere o isolamento,” conta Gomes.

Os principais sintomas começam a se desenvolver a partir dos 3 anos de idade, antes disso,a criança vive uma vida normal, aprendendo e evoluindo igual a todos as outras. “Geralmente a criança com autismo começa a apresentar os sintomas por volta dos três anos, de 0 a 3 ou a 5, ela pode ter um desenvolvimento normal, e após isso, manifestar a regressão do seu crescimento, com as características principais do autismo,” relatou o coordenador da Pestalozzi.

Melhor qualidade de vida quando é cedo o diagnóstico

Ainda segundo, o representante da Fundação José Silveira, nem todo autista é igual e as crises de comportamento, devem ser respeitadas pelos pais. “Existem tipos de autismo, o leve, em que a criança consegue interagir razoavelmente e o grave, em que ele vive em um mundo restrito a ele, onde não consegue ter contato com ninguém, nem mesmo com os pais. Além disso, a criança com autismo não consegue distinguir um som do outro, todas as informações chegam ao mesmo tempo pra ele. Isso se repete na forma tátil, gustativa e seletiva, então chega um volume muito grande de informações para ele, por isso existem as crises, que são aquelas coisas típicas que nós vemos, de balançarem o corpo, colocarem a mão no ouvido, na verdade é uma tentativa de se auto regular,” explica, Rogério Gomes. 

Quando mais cedo o transtorno é diagnosticado e tratado, melhores as perspectivas de qualidade de vida para o paciente. “Os pais devem ficar atentos, já que quanto mais cedo iniciarem o tratamento, maiores são as chances de a criança ter uma reabilitação maior e conseguir se inserir mais integralmente na sociedade. Percebendo qualquer um desses sintomas é importante buscar um pediatra, que geralmente o encaminha a um psiquiatra que vai fechar o diagnostico do autismo,” conta Gomes.

O Centro Pestalozzi de Reabilitação oferece atendimento multidisciplinar, permitindo que o paciente realize em um único local todas as terapias necessárias para o seu desenvolvimento. O atendimento especializado é oferecido gratuitamente. A unidade também disponibiliza tratamento para pacientes com Síndrome de Down e outras deficiências intelectuais.

Durante o tratamento, o paciente pode frequentar, de acordo com seu quadro específico, as oficinas complementares de saúde, que incluem atividades como capoterapia (capoeira com fins terapêuticos), dança, artesanato e música, entre outras.

A proposta é estimular, individualmente ou em grupo, as potencialidades de cada criança, contribuindo para a interação social, fortalecimento dos vínculos afetivos e o desenvolvimento dos recursos de comunicação.  “Dependendo da precocidade do diagnostico e do nível de comprometimento, muitos deles conseguem se desenvolver a ponto de frequentar uma escola e lá viver uma vida típica, uma vida que chamamos de normal, ele não vai conseguir ter, existem restrições, mas conseguimos trabalhar para minimizar essas características autistas para que ele possa conviver com a sociedade,” finaliza o Coordenador do Centro Pestalozzi, unidade da Fundação José Silveira, Rogério Gomes.

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