Iº Passeio Inclusivo pelas Ciclovias - SP
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Evento organizado pela Secretaria Municipal da Pessoa com
Deficiência e Mobilidade Reduzida reuniu mais de 200 participantes, entre
pessoas em cadeiras de rodas, ciclistas e skatistas (com e sem deficiência).
Mais de 200 participantes, entre pessoas em cadeiras de
rodas, ciclistas e skatistas (com e sem deficiência), percorreram na manhã de
domingo, dia 01 de fevereiro, o trajeto entre a Praça da Sé e a Praça das Artes
no I Passeio Inclusivo pelas Ciclovias de São Paulo. Pessoas com deficiência
visual, com surdocegueira, e com dificuldade de locomoção também puderam
participar graças a bikes-trenzinho conduzidas por guias. O evento celebrou o
uso compartilhado e democratizado das ciclovias e a ocupação dos espaços da
cidade por todas as pessoas.
A realização foi da
Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, com apoio
da CET SP, Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência - CMPD/SP, Bike
Tour SP, Dreambike, Carverize, Associação Skate Sem Limites, Movimento Conviva,
Bradesco Seguros, Instituto Cidadão, e vereador George Hato.
Durante a
concentração na Praça da Sé, foi apresentado um audioguia sobre a história de
um dos marcos mais emblemáticos da cidade, a Catedral, incluindo os significados
de suas esculturas. O passeio seguiu pela Rua Benjamin Constant, Largo São
Francisco, Libero Badaró e fez uma pausa em frente ao Edifício Matarazzo, sede
da Prefeitura de São Paulo. Neste ponto, outro audiotour trouxe explicações
sobre a construção, que serviu como sede das indústrias Matarazzo, e
posteriormente do Banespa.
Os participantes
então seguiram pela ciclovia no Viaduto do Chá em uma fila enorme, chamando a
atenção de quem passava por um dos cartões postais mais famosos de São Paulo. O
Passeio encerrou com visitação à exposição “O Mundo Segundo Mafalda” na Praça
das Artes.
A ideia do I
Passeio Inclusivo pelas Ciclovias de São Paulo agradou tanto às pessoas em
cadeiras de rodas, como skatistas e ciclistas, que fizeram questão de
manifestar seu apoio a novas iniciativas como esta.
São Paulo possui
214 km de ciclovias e chegará a 400 km ainda este ano. Desde 16 de dezembro de
2014, um decreto assinado pelo prefeito Fernando Haddad autoriza a utilização
de patins, patinetes, skates e cadeiras de rodas nas ciclovias, ciclofaixas e
locais de tráfego, dividindo os espaços com a circulação de ciclos, incluindo
bicicletas, bicicletas de carga, triciclos e quadriciclos.
“As ciclofaixas
estão começando a pegar na cidade de São Paulo e junto já vem essa
possibilidade da pessoa com deficiência utilizá-las, ou seja, uma ação
inclusiva construída com a política pública. É um avanço para a cidade termos
espaços onde todas as pessoas podem usufruir. Não estamos substituindo o
direito da pessoa com deficiência de transitar pelas calçadas da cidade, mas
simplesmente acrescentando uma possibilidade dela usar a ciclofaixa como
mobilidade ou como lazer também nos fins de semana”, comentou a secretária
municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marianne Pinotti. O
secretário adjunto, Tuca Munhoz, acrescentou: “Este é um evento muito
importante, e temos que radicalizar a ocupação dos espaços públicos pelas
pessoas com deficiência”.
Para o presidente
do Movimento Superação, Billy Saga, a possibilidade de uso compartilhado das
ciclovias amplia a discussão sobre a inclusão das pessoas com deficiência. “É
obvio que a gente não pode esquecer que o ideal são calçadas acessíveis, mas eu
acho que esse decreto estimula que outras pautas se envolvam com essa questão
da acessibilidade arquitetônica na cidade”.
Roseli Bispo, que
usa cadeira de rodas, também aprovou a iniciativa. “É importante porque a gente
na cadeira de rodas já pode também usar ciclovia, podemos não correr risco de
atropelamento ou coisas assim. Vai ser muito bom”. A mesma opinião tem a
ciclista Linda Amaro. “Eu acho uma excelente iniciativa, principalmente porque
o direito é pra todos. O cadeirante, o ciclista, todos querem inclusão”.