Balcão alto demais vale indenização para atriz na Grã-Bretanha
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A atriz Kiruna Stamell disse ter se sentido
humilhada quando funcionários do correio improvisaram escada com caixas de
papelão
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Medindo apenas um
metro de altura, a atriz britânica Kiruna Stamell, ganhou na justiça uma
indenização do Royal Mail, o correio da Grã-Bretanha, depois de processar a
empresa por discriminação.
Stamell, que tem
uma carreira razoavelmente bem-sucedida, com papéis no teatro e na TV, tomou a
decisão depois de não conseguir alcançar o teclado da máquina de cartões de
débito e crédito durante uma visita a uma filial dos correios em Londres.
O dispositvo
estava afixado numa haste junto ao guichê, alto demais para que Stamell, que
sofre de nanismo, alcançasse.
Na ocasião,
funcionários tentaram facilitar o acesso pedindo que a atriz subisse numa caixa
de papelão.
Acesso
Na ação judicial,
o advogado da atriz, Chris Fry, acusou o Royal Mail de não fazer ajustes
necessários para melhorar a acessibilidade para deficientes físicos.
A empresa fez um
acordo com a atriz fora do tribunal e prometeu instalar um equipamento que
permita o movimento das máquinas. O valor da indenização não foi divulgado.
"Kiruna
levantou uma questão de grande significância num momento em que a Grã-Bretanha
ainda tem milhares de locais públicos com barreiras que dificultam a vida das
pessoas com deficiências", afirmou o advogado.
Segundo estatísticas do governo, 11,9 milhões
de britânicos, cerca de 20% da população, vivem com alguma deficiência.
Ao
comentar o caso, Stamell diz ter se sentido humilhada pelos correios.
"Tudo
o que queria era digitar minha senha na máquina para mandar uma carta, assim
como todo mundo. Foi algo humilhante, pois havia mais gente na agência e o uso
das caixas de papelão foi embaraçoso", queixou-se.
Além
da indenização, o Royal Mail se desculpou publicamente pelo caso e agradeceu à
atriz por ter "mostrado um problema".
"Estamos
melhorando o tempo todo nosso relacionamento com o consumidor. Vamos ouvi-los
e, como mostramos no caso de Kiuna, tomar uma providência", disse Mark
Davies, diretor de comunicação institucional da empresa.
Na
semana passada, a agência governamental DisabledGo, que fiscaliza o acesso para
deficientes, descreveu como "terrível" o acesso nos principais locais
públicos da Grã-Bretanha ao anunciar um estudo que levou em conta mais de 30
mil estabelecimentos.
O
estudo revelou que 20% das lojas britânicas não têm acesso para cadeirantes e
que 75% dos restaurantes não contam com serviços para deficientes visuais.
Uma reprodução da câmera de segurança da
agência dos correios mostra que a atriz não tinha condições de alcançar máquina
de cartões
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Fonte: BBC
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