Legenda Sonora: os filmes que você queria ver com audiodescrição
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O cara em questão é Diego Oliveira,
25 anos, ex-ator de teatro e apaixonado por cinema. Ele nunca tinha tido
contato com audiodescrição ou com pessoas com deficiência visual, mas, depois
dessa experiência, começou a pesquisar sobre o tema, fez um curso e começou a
trabalhar na ideia do Legenda Sonora. O site, que começou com filmes antigos,
agora foca no YouTube, com uma média de três novas audiodescrições por semana e
1.000 acessos mensais.
"Nossa sociedade tem acesso a
conteúdo audiovisual muito fácil, a um clique de distância, enquanto quem tem
deficiência visual sempre fica condicionado a cinemas adaptados, em ocasiões
especiais, com filmes predeterminados ou horários específicos na TV", diz
Diego. "Eu quero que eles tenham acesso ao mesmo conteúdo que nós temos e
com a mesma independência, a um clique também".
O segredo de uma boa audiodescrição,
afirma, está na humanização do processo. "Identificar e trabalhar com o
público-alvo de cada conteúdo, seja infantil, terror ou uma boa zoeira, por
exemplo", explica. "Existem algumas regras, mas não temo quebrá-las.
Tem cenas que podem passar muito mais informação para o público se forem
audiodescritas com diferentes entonações e emoção na medida certa. Leitores de
tela já são robotizados, não acho que audiodescrição precisa seguir o mesmo
caminho".
Os cegos, avalia, são excluídos da
cultura. "Levou mais de dez anos para a lei de audiodescrição na TV ser
aprovada, com duas horas de conteúdo por semana em cada canal. O tempo está
aumentando [hoje são 4h/semana], mas só porque uma lei obriga. São poucos os
que trazem acessibilidade espontaneamente. Colocar audiodescrição na internet
pode levar essa conscientização a um novo patamar", acredita.
Em exibições de filmes legendados,
geralmente há mais de um profissional na audiodescrição, sendo uma voz para a
leitura da legenda e outra para a audiodescrição em si. Como Diego trabalha
sozinho no Legenda Sonora, o estéreo foi o caminho para melhorar a compreensão.
E por isso ele recomenda assistir com fones de ouvido.
No site, o único filme não disponível
na versão dublada é "Forest Gump". "Star Wars" só está na
versão dublada, e "Rocky" e “007”, tanto dubladas quanto legendadas.
Quando era apenas um protótipo, o
Legenda Sonora ganhou o “Talent Show”, prêmio no festival youPIX. Atualmente, o
site está participando do Social Good Brasil Lab, laboratório para projetos
sociais envolvendo tecnologia. “Porém, até o momento, o processo todo é
voluntário e não remunerado. Não acho que o público com deficiência visual deva
pagar por um conteúdo que é distribuído gratuitamente no YouTube”, diz.
"Essa preocupação deveria vir de quem faz os vídeos, pensar em tê-los
acessíveis para todos, sem exceção".
Fonte: Quem inova
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