Para ampliar acessibilidade, Gol testa atendimento em libras
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Cliente
poderá falar com atendentes da companhia aérea em tempo real usando
terminais especiais em aeroportos
Marina Gazzoni
Intérprete. Tradução instantânea de libras é feita por
vídeo.
FELIPE RAU/ESTADÃO
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A Gol iniciou na semana passada um projeto piloto para melhorar o
atendimento a deficientes auditivos. A empresa instalou dois terminais nos
aeroportos de Congonhas e Guarulhos que permitem ao usuário se comunicar
com os atendentes da Gol usando a Língua Brasileira de Sinais (Libras). A
meta da empresa é colocar a plataforma em pelo menos dez aeroportos até o
fim do ano.
Por meio do terminal, o usuário pode se conectar por vídeo a uma
central de tradução. Um intérprete fluente em Libras traduzirá as palavras do
passageiro para um funcionário da Gol no aeroporto, em tempo real. No momento, a
Gol mantém seis atendentes que dominam a língua de sinais. O serviço está
disponível de segunda a sexta, das7hàs19h, e aos sábados entre 7h e 13h.
A equipe de callcenter é terceirizada, formada por colaboradores da
Amigos Metroviários dos Excepcionais (AME), uma instituição sem fins
lucrativos que da consultoria a empresas sobre projetos de acessibilidade.
A iniciativa faz parte de um projeto da Gol para aprimorar o
atendimento a pessoas com necessidades especiais, disse o diretor de operações aeroportuárias da
empresa, André Lima. “Fizemos estudos no fim do ano passado e entendemos
que precisamos de soluções que permitam que esse passageiro tenha
mais autossuficiência.”
No ano passado, dos 36 milhões de passageiros transportados pela Gol,
cerca de 1 milhão informaram ter necessidades especiais. Dentro desse
grupo, há cerca de 15 mil passageiros surdos. Segundo dados
do IBGE, cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil são surdas ou têm grave deficiência
auditiva.
A Gol vai testar como os passageiros interagem com o terminal em junho
e julho.
Até o fim do ano, a empresa oferecerá o atendimento em libras nos
principais aeroportos – Santos Dumont, Galeão, Brasília, Confins, Porto Alegre,
Curitiba, Fortaleza, Recife e Salvador, além dos aeroportos de Congonhas e
Guarulhos.
Dificuldades. A presidente da Associação dos Deficientes
Auditivos-Visuais e Deficientes Auditivos (Adavida), Aparecida de Fátima Negresiolo, não
consegue citar uma empresa que preste atualmente atendimento adequado para
o cliente surdo.“Algumas empresas oferecem um número de telefone
específico para atender deficientes auditivos, mas, na prática, isso não
vem funcionando bem”, diz. Um dos pleitos das ONGs que lutam pela inclusão
social da população surda é a contratação de intérpretes em libras em
locais públicos.
A Caixa Econômica Federal é uma das empresas com projetos mais
avançados nesta área. O banco começou a treinar os funcionários para
atendimento em libras em 2008 e atualmentepossuicercade4miltrabalhadores
que compreendem a linguagem de sinais. O banco também oferece atendimento
específico na sua central de atendimento para esse público. Só em 2013, o
banco recebeu 69,6 mil ligações neste canal.
● Atendimento especial
1 milhão de passageiros da Gol em 2013 tinham necessidades especiais. 15 mil eram surdos
Fonte: aeronautas.org.br e Blog APNEN Nova Odessa
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