Acesso aos estádios

Compartilhe

Apesar da previsão de um percentual mínimo de assentos destinados a pessoas com deficiências nos estádios, entidades que defendem os direitos de quem tem mobilidade reduzida estão preocupadas com o acesso a estádios e eventos durante a Copa do Mundo. Chegar ao estádio com facilidade e segurança pode ser um desafio para quem quiser acompanhar os jogos do Mundial.

Para o gerente executivo da Associação de Deficientes e Familiares de Recife (Asdef), Normando Vitorino, chegar à Arena Pernambuco pode ser mais problemático do que se locomover dentro do estádio ao jogo. Ele diz que o local tem vagas em estacionamento em número adequado, mas a maioria das pessoas não vai de carro para o estádio. "A estação de metrô fica um pouco distante do estádio, então a minha preocupação é se esses ônibus que farão a integração terão acessibilidade para cadeirantes e pessoas no geral que demandam de acessibilidade maior", diz. 

De acordo com a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) de Pernambuco, o serviço de vans do Projeto PE Conduz estará disponível nos dias de jogos para transportar pessoas com mobilidade reduzida do metrô e de pontos de estacionamentos até o estádio. Para Vitorino, a situação das pessoas com deficiência na Copa não será diferente do dia a dia. "Se hoje você tem uma dificuldade de acessibilidade no transporte público, no cotidiano de todas as cidades brasileiras, eu não imagino que vamos encontrar para a Copa uma situação mais favorável do que encontramos no dia a dia." 

A presidente da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), Luiza Câmera, foi para a inauguração da Arena Fonte Nova, em Salvador, e considerou o estádio adequado no quesito acessibilidade. Porém, ela ficou preocupada com o entorno da arena e o acesso das pessoas com deficiência por meio do transporte público. "Temos um número significativo de presença dessas pessoas que vão querer assistir aos jogos, não vão querer estar excluídos. E a inclusão social não é só fazer a rampa, é estar lá, participar", diz. 

A dificuldade de acessar o estádio também é observada pelo promotor de Justiça Moacyr Rey. Ele diz que a acessibilidade nos estádios da Copa está contemplada, mas o entorno das arenas e o acesso até o estádio continuam com as deficiências que sempre existiram. "As obras de mobilidade que poderiam melhorar a acessibilidade ainda não terminaram, e a acessibildiade já é ruim por si só, então somaram-se duas circunstâncias ruins. A vitrine dentro do estádio está ok, mas e o resto?", aponta. Segundo ele, em alguns lugares, a ida dos torcedores com deficiência até os jogos será facilitada com o transporte gratuito para o estádio, mas isso só resolve o problema provisoriamente. "Fora da Copa, em outros eventos, essa estrutura não funciona tão a contento, então a pessoa tem que se deslocar sozinha. E nesse percurso até o estádio ainda tem problemas." 

A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) está acompanhando de perto o andamento das obras de mobilidade em estádios e aeroportos para a Copa do Mundo. Ela diz que recebe reclamações de entidades de diversos estados relatando problemas na acessibilidade aos estádios, principalmente relacionados ao entorno das arenas. "Não basta fiscalizar o estádio, o entorno, as calçadas que me preocupam, como as pessoas com deficiência vão chegar no estádio." 

Para a superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD). Teresa Costa d'Amaral, o Rio de Janeiro continua tendo dificuldades de acessibilidade em transportes, restaurantes, hotéis e casas de shows. Em relação ao Maracanã, ela critica a falta de soluções para estacionamentos. "A questão da acessibilidade, para se tornar efetiva, deve ser incorporada à rotina de serviços e políticas públicas. Eventos e jogos não mudam o padrão dos governos de negar à pessoa com deficiência o acesso aos seus direitos básicos como cidadã brasileira, mas essa realidade está evidente em todo o país", avalia. Para ela, a Copa não deixará legado para a população, assim como os Jogos Parapan-Americanos. 

Segundo o Comitê Organizador Local (COL), foi adotada, em colaboração com as sedes, uma política de alocação de vagas para pessoas com deficiência nos estádios. As vagas de estacionamento para esse público são limitadas, e as credenciais veiculares devem ser obtidas nos centros de ingressos das sedes, mediante comprovação da deficiência. Em Salvador, não foi possível encontrar um estacionamento próximo ao estádio, então a sede irá prover o transporte do Shopping Barra até o portão de entrada da arena. "Além das vagas oferecidas pelo COL, a grande maioria das sedes proverá serviço de transporte para pessoas com deficiência de um determinado ponto até o estádio", diz o comitê. Em caso de dúvidas sobre as credenciais veiculares, os torcedores podem entrar em contato pelo e-mail enquiries@2014ftc.com.br e telefone 0300 021 2014


Fonte: sentidos.uol.com.br

Compartilhe

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu Comentário é muito importante para nós.

Cursos e Eventos

Vídeos no Youtube

Unawheel - Entrega e primeiro passeio

Unawheel - Entrega e primeiro passeio
Unawheel - Entrega e primeiro passeio

Imagem 1

Imagem 1
20 anos na cadeira de rodas

Imagem 2

Imagem 2
Tetra Dirigindo? Como consegui tirar a CNH

Lives da Fê no Insta

Live com a Isabela Ribeiro

Live com a Isabela Ribeiro
Converso com a Isabela sobre Autoestima e superação

Live sobre Pessoas com deficiência: Exemplo de superação? Ou não?

Live sobre Pessoas com deficiência: Exemplo de superação? Ou não?
Converso com a Váleria Schmidt @schmidt sobre Pessoa com deficiência: Exemplo de superação? Ou não?

Live com Roberto Denardo

Live com Roberto Denardo
A pessoa com deficiência na vida pública 06/10/2020