Pesquisa da USP de São Carlos ajuda tetraplégicos a recuperar movimentos
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É a primeira vez
que impulsos elétricos recuperam movimentos sem cirurgia.
Aposentado faz tratamento há seis anos e voltou a se alimentar sozinho.
Estudo da USP ajuda tetraplégicos a recuperar
movimentos (Foto: Vanderlei Duarte/EPTV)
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Uma pesquisa
desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP),
em São Carlos (SP),
ajuda na recuperação dos movimentos das partes do corpo de tetraplégicos. O
estudo está sendo aplicado em pacientes no Hospital de Clínicas da Universidade
de Campinas (Unicamp).
Segundo os pesquisadores, é a primeira vez que os impulsos elétricos conseguem
recuperar o movimento dos membros sem cirurgia, apenas com eletrodos colocados
na pele.
O aposentado Marcelo Faria é tetraplégico e conta com a ajuda de quatro
especialistas para fazer exercícios que possam ajudá-lo a reaprender a andar. O
tratamento já dura seis anos. “Agora consigo me alimentar sozinho, escovar os
dentes, até cantar, porque a respiração melhorou muito”, contou.
Quando ficou tetraplégico, o também aposentado Alexandre Fernandes não conseguia se mexer do ombro para baixo e não imaginava que voltaria a fazer movimentos, até começar o tratamento, há um ano, e melhorou o movimento dos braços. “Os espasmos diminuíram e o movimento dos braços aumentou bastante”, afirmou.
Quando ficou tetraplégico, o também aposentado Alexandre Fernandes não conseguia se mexer do ombro para baixo e não imaginava que voltaria a fazer movimentos, até começar o tratamento, há um ano, e melhorou o movimento dos braços. “Os espasmos diminuíram e o movimento dos braços aumentou bastante”, afirmou.
Estímulos
elétricos
Pacientes recebem estímulos elétricos e
recuperam movimentos
(Foto: Vanderlei Duarte/EPTV)
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Esses pacientes foram submetidos a um estímulo elétrico neuromuscular
desenvolvido pelos pesquisadores da USP. Foram mais de dez anos de estudos até
chegar a conclusão de que impulsos elétricos de baixa intensidade gerados por
estes eletrodos ajudam os pacientes a recuperar os movimentos. “Entra pela
superfície da pele, vai até a região da medula conhecida como arco-reflexo, a
informação volta e quando chega na interface nervo-músculo libera acetilcolina,
o que gera contração necessária”, explicou Alberto Cliquet Júnior, responsável
pela pesquisa.
Entretanto, o estudo mostrou que os pacientes não precisam mais passar por uma
cirurgia para inserir os eletrodos no corpo. Basta que o dispositivo seja
colocado sobre a pele para estimular o sistema nervoso. Dessa maneira diminuem
os riscos de infecção e de quebra dos fios do equipamento. “Esses
microestimuladores injetáveis migravam para qualquer lugar do corpo humano, na
circulação, e não tinha como retirá-los”, comentou o estudioso.
Caminhada artificial
Caminhada artificial
Pacientes voluntários passaram pelo processo no Hospital de Clínicas da Unicamp e
90% já conseguem ficar em pé e andam artificialmente. Outros 3% conseguiram
mexer partes afetadas sem o estimulo elétrico. “Fundamentalmente a gente
aprende por treinamento, então repetição da marcha várias vezes por semana, o
sistema nervoso reaprende e esse paciente volta a andar, inicialmente
involuntariamente e depois voluntariamente”, afirmou Cliquet Júnior.
Há ainda outros benefícios e o ato de ficar em pé e caminhar mesmo que por meio
do equipamento ajuda a melhorar várias funções. “Alguns pacientes têm retorno
de sensibilidade, melhoram a osteoporose, o que muito pacientes têm”,
fisioterapeuta Eliza Azevedo.
Rodolfo Renato Cani sofreu um acidente de moto em 2006 e fraturou a coluna. São
sete anos de tratamento e hoje é atleta e já consegue mover as pernas. “Como é
a longo prazo, temos que nos cuidar e manter tudo em forma, a musculatura, não
deixar os tendões atrofiarem, para a podermos andar normalmente”, disse.
O tempo da resposta ao tratamento varia de paciente para paciente, mas, em
geral, os resultados demoram de dezesseis a vinte semanas para aparecer. Os
pesquisadores têm interesse em expandir o atendimento para outros hospitais da
rede pública, mas ainda não há previsão para isso.
Fonte: G1
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