Criança com “ossos de vidro” é rejeitada pela mãe e nunca saiu de hospital em Goiás
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A osteogenese imperfeita é uma
doença genética que não tem cura (a imagem acima é meramente ilustrativa)
Thinkstock
Há um ano e quatro meses, um menino que nasceu com osteogênese
imperfeita, doença conhecida popularmente como “ossos de vidros”, pois sofrem
fraturas facilmente, vive internado no Hospital da Criança, em Goiás. Por causa
das necessidades especiais do bebê, recentemente, a mãe rejeitou o filho com a
justificativa de não ter condições financeiras de cuidar. O caso foi parar no
Conselho Tutelar de Goiânia e está aos cuidados do Ministério Público. A
reportagem do R7 tentou por diversas vezes
contato com a mãe do bebê, mas não conseguiu contato até a publicação desta
matéria.
De acordo com a pediatra e chefe da UTI (Unidade de Tratamento
Intensivo) do hospital, Paula Pires, quando a mãe recebeu a informação de que o
filho teria alta da UTI e seria levado à enfermaria, ela disse que “não queria
ficar com o menino”.
— Quando ela falou, chorei muito e até conversei com o meu marido para
ficarmos com ele. Recebo ligações diárias de pessoas que querem adotar o
menino. Não só os médicos e os enfermeiros se apegaram a esta criança. As mães
de outros pacientes e os funcionários do hospital também se sensibilizaram com
a história. Mas hoje [sexta-feira,10] a avô veio ao hospital e disse que tem
interesse em ficar com a criança.
A osteogenese imperfeita é uma doença genética que não tem cura e exige
um tratamento com uma equipe multidisciplinar, com ortopedista, nutricionista,
fisioterapeuta e fonoaudiologia, segundo explica a especialista. No Brasil,
estima-se que a doença acomete uma a cada 20 mil pessoas.
— A deficiência ocorre por uma deficiência na produção de colágeno, que
deixa os ossos fracos. Algumas crianças que nascem com esta doença morrem nos
primeiros dias de vida, mas estamos apostando e queremos que este menino sobreviva.
Tratamento
De acordo com Paula, o bebê deve receber alta médica nas próximas
semanas, após se recuperar da terceira fratura no braço esquerdo durante uma
brincadeira.
— A medicação endovenosa, administrada a cada dois meses, tem como
função reduzir o risco de fraturas. Os efeitos colaterais da medicação são
febre, dor, mal-estar e insuficiência respiratória.
Conselho cuida do caso
Em dezembro, o caso do menino foi parar no Conselho Tutelar de Goiás.
Segundo a conselheira tutelar, Divina Pereira dos Santos, o hospital informou o
órgão, após a mãe dizer que não queria ficar com o filho.
— A mãe até visita o menino periodicamente no hospital, mas não está
junto sempre. Nosso trabalho agora é orientar a família para que eles aceitem o
bebê. A mãe alegou que não tem também condições financeiras de cuidar, mas
somente isso não é motivo para uma mãe querer doar. Para isso existem os
programas de ajuda do governo, e ele tem direito aos benefícios.
Apesar de a mulher ter afirmado que gostaria de dar o filho para
doação, a conselheira afirma que isso não “será tão fácil”.
— Há dificuldades de abrigo para acolher crianças com necessidades
especiais. E não é qualquer abrigo que está pronto para receber, não é qualquer
família que vai querer adotá-lo.
A questão foi encaminhada ao MP-GO (Ministério Público de Goiás) que
também cuidará da questão.
Fonte: noticias.r7 e APNEN Nova Odessa
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